8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Trump: cúpula com Kim Jong-un pode ser adiada

Norte-coreanos não aceitariam o “modelo líbio” de desnuclearização, sugerido por John Bolton, assessor de Segurança Nacional de Trump

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira (22) que há uma chance “substancial” de a cúpula com o líder norte-coreano Kim Jong-un não ocorrer em 12 de junho, em Singapura, como estava previamente marcado. Trump ressaltou, no entanto, que se o encontro não acontecer em junho, ele “pode acontecer no futuro”.

“Se a cúpula acontecer, ela pode ser ótima para a Coreia do Norte e para o mundo”, afirmou Trump a jornalistas enquanto recebia o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na Casa Branca. Segundo ele, o prazo de cerca de 20 dias é curto para acertar os detalhes para a cúpula ser finalizada, mas “ainda há uma boa chance” de a data original ser mantida.

Trump também afirmou que os EUA estabeleceram suas condições para que a reunião ocorra e que, se elas não forem aceitas por Kim, o encontro será cancelado. Ele, no entanto, encorajou o líder da Coreia do Norte a seguir negociando um eventual acordo de paz, dizendo que o país “melhoraria muito em relação às condições de hoje”.

“Seu país ficará rico e próspero. Veja o que aconteceu com a Coreia do Sul, que é um país incrível. São as mesmas pessoas. Se acontecer, acho que ele ficará feliz. Ele tem a chance de fazer algo que nunca foi feito. E no futuro, ele ficará muito orgulhoso do que fez pela Coreia do Norte e pelo mundo”, disse Trump, afirmando também que “garantirá a segurança” de Kim Jong-un no encontro em Singapura.

Outro lado

A reunião já havia sido colocada em xeque na semana passada, quando Pyongyang criticou os exercícios militares conjuntos de Coreia do Sul e Estados Unidos e cancelou uma importante reunião de alto nível prevista com representantes de Seul.

Em seguida, a diplomacia norte-coreana disse que não aceitaria o “modelo líbio” de desnuclearização, conforme havia sido sugerido por John Bolton, assessor de Segurança Nacional de Trump, aumentando a tensão entre os países.

Moon chega à Casa Branca em uma tentativa de manter o processo de aproximação entre Washington e Pyongyang, que incluiu um encontro histórico entre Kim Jong-un e o presidente da Coreia do Sul na zona desmilitarizada que divide os territórios, em 27 de abril.