A presença da polícia no ponto de concentração dos grevistas, em frente à TV Gazeta – emissora da Organização Arnon de Mello – foi o momento mais tenso desta segunda-feira, na manifestação dos jornalistas alagoanos, que entraram no 7º dia de greve, contra a redução de 40% do piso salarial da catehoria, proposta pelos representantes das grandes emissoras de TV: (Gazeta – afiliada da Globo; Ponta Verde, afiliada do SBT; e Pajuçara, afiliada da Record).
A polícia foi acionada, segundo informação dos próprios policiais, pelos prepostos do senador Fernando Collor de Mello, proprietário da TV Gazeta, para dispersar a manifestação pacífica que vem ocorrendo diariamente em frente às empresas de comunicação. Eles chegaram, entraram na empresa, e saíram pouco tempo depois, ameaçando apreender o carro de som que estava a serviço da greve, e alegando que houve denúncia de perturbação da ordem pública. Porém, não havia mandado judicial. O carro de som foi desligado mas, depois de muita negociação, o veículo não foi apreendido, como queriam os representantes da empresa.
Os policias permaneceram no local, até o encerramento do jornal ALTV 1ª Edição, que vai ao ar ao meio-dia, o que leva a crer que eles foram chamados para evitar que o som da manifestação fosse captado na transmissão ao vivo, do jornal local, como tem ocorrido nos dias anteriores.
Os jornalistas alagoanos estão em greve deste a última terça-feira (25), realizando manifestações pacíficas, diariamente, na frente das empresas e em outros locais estratégicos. Nesta segunda-feira, após uma manifestação de diálogo com a sociedade, com faixas nos sinais de trânsito num trecho da Avenida Fernandes Lima, e uma passeata no Centro de Maceió, os jornalistas em greve se concentraram em frente à sede da Gazeta de Alagoas, no bairro do Farol, onde seguem durante todo o dia, com a programação da greve, que inclui manifestações politicas e apresentações artísticas.
Durante todas as manifestações, o jornalistas em greve têm preservado o direito de ir e vir de cada cidadão, evitando transtornos ao trânsito e dialogando com a sociedade, da qual tem recebido manifestações irrestritas de apoio e solidariedade.
PMs permaneceram no local de concentração dos grevistas eté o encerramento do jornal local.
7ª dia
Nesta segunda-feira, 7º dia de greve, houve protesto na Avenida Fernandes Lima, no cruzamento da Casa da Indústria. Os jornalistas depois seguiram rumo pelo Centro, conscientizando e recebendo apoio da população. Eles haviam se reunido na porta da TV Gazeta.
E em Brasilia, a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga (Zequinha), fez um relato da greve dos jornalistas de Alagoas na reunião mensal do Conselho de Comunicação Social, nesta segunda (1º), transmitido na TV Senado.
O principal motivo da paralisação é a ameaça de redução de 40% do piso salarial da categoria, conquistado há décadas e que, ao longo dos anos já vem sofrendo desvalorização se comparado à época de sua instituição.