Sentindo-se traídos pelo presidente Jair Bolsonaro, integrantes da UPB (União dos Policiais do Brasil) ameaçam paralisação e rompimento com o atual governo.
A UPB é formada por ao menos 24 instituições da área da segurança pública. As declarações foram dadas em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (10).
A gota d’água para a crise seria o texto da PEC enviado à Câmara pelo Senado. Ele teve apoio do Palácio do Planalto, inclusive, com o voto do senador Flávio Bolsonaro contra a exclusão dos policiais da proposta.
Se aprovada, a PEC estipula um gatilho para congelamento de salário e proibição de progressão na carreira e novas contratações sempre que houver decretação de estado de calamidade ou quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes alcançar 95%.
“A gente está falando em paralisação porque estamos na discussão se podemos ou não podemos fazer greve, mas não descartamos nem greve. O essencial sempre vai funcionar, estamos vendo como fazer o processo para que seja entendido pelo governo federal. Estamos extremamente insatisfeitos”. Edvandir Paiva, presidente da ADPF (Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal).
O conselho de diretores da ADPF, inclusive, enviou um ofício aos superintendentes regionais da Polícia Federal nesta quarta-feira (10). A intenção é que possam atuar como porta-vozes junto ao diretor-geral da Polícia Federal para levar a situação ao presidente Jair Bolsonaro. Eles afirmam que ainda há como reverter a situação.
Para as entidades, o governo promete uma coisa publicamente e nos bastidores se articula de outra maneira. Eles alegam que já houve ao menos três traições desde o início do mandato, entre elas a Reforma da Previdência.