19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Venezuela vai às eleições neste domingo de porteiras fechadas

Analistas temem tentativas de golpe como aconteceram nos EUA, com Trump, e no Brasil, com Bolsonaro

Nicholas Maduro, presidente da Venezuela, que tenta a reeleição

De fronteiras fechadas com o Brasil, a Venezuela vai às urnas neste domingo, 28. Suas fronteiras terrestres foram fechadas na última sexta-feira, 26.

A decisão do governo venezuelano atingiu inclusive observadores mexicanos que se dirigiam a Venezuela. Segundo o presidente do Panamá,  José Raúl Mulino, um avião que transportava o ex-presidente do México, Vicente Fox, não foi autorizado a decolar do aeroporto da capital panamenha.

Em 2018, antes das eleições presidenciais, o regime de Nicolás Maduro tomou uma decisão parecida. Mas, desta vez, ela ocorre em meio à possibilidade de derrota. Apesar de ter proibido a candidatura de líderes da oposição, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, único a conseguir registrar seu nome no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aparece à frente nas pesquisas.

Quem conseguiu viajar como observador do processo eleitoral foi o chanceler brasileiro, Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República. Ele chegou à Venezuela antes do presidente Nicholas Maduro autorizar o fechamento das fronteiras.

No tenso processo eleitoral da Venezuela, a oposição não acredita que Maduro aceite uma transição pacífica de poder e especulam o que o ditador poderia estar tramando um golpe para se manter no cargo.

 EUA e Brasil também viveram tentativas de golpe

Já os analistas do processo eleitoral acreditam que Maduro poderá repetir Donald Trump que ao ser derrotado nas eleições dos Estados Unidos tentou o golpe, estimulando seguidores a invadir o Capitólio para depor o parlamento. A invasão dos trumpistas americanos resultou nas mortes de pelo menos três pessoas.

O Brasil também viveu cenário semelhante, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. A tentativa de golpe contra o estado de direito democrático no País, estimulada pelo ex-presidente, se deu com as invasões das sedes dos Três Poderes da República pelos bolsonaristas acampados na porta do quartel do Exército, em Brasília.