Um agente da Secretaria de Saúde, que tentava examinar focos de dengue em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, foi agredido e expulso por bolsonaristas na tarde desta quinta-feira (29).
Ele não só foi impedido de realizar o trabalho, em um local repleto de focos com água parada, como sofreu empurrões e tapas até que deixasse o local.
“Autorização de quem, você recebeu para estar aqui? Sai fora, vai trabalhar fora daqui, seu safado. Seu mandado do Ibaneis! Sai daqui, seu vagabundo!”
Pego de surpresa, o agente não conseguiu nem mesmo explicar que estava atuando no QG por conta dos vários focos de dengue no local. A intimidação virou violência física quando o agente tentou gravar a ação dos manifestantes.
“Não vai filmar porr* nenhuma, não!”, disse a mulher que o filmava, enquanto outros três homens chegam empurrando-o e dando tapas. Um dos bolsonaristas chegou a ameaçar o agente de saúde com um pedaço de madeira.
Com ele já no carro, da Secretaria de Saúde e claramente de controle do mosquito da dengue, a mulher dá orientações para que ele não volte.
Horas antes, forças de segurança do DF, em conjunto com o Exército, tentaram desmobilizar o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General. Porém, após a reação violenta dos manifestantes, o Exército desistiu da operação.
Quando as forças de segurança e o DF Legal recuaram, o clima entre os acampados era de vitória. “A gente tira na mão qualquer um que aparecer aqui dentro para expulsar a gente”, comentou um bolsonarista.
Secretaria de Saúde
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que presta solidariedade ao agente agredido e ameaçado nas proximidades do acampamento situado no Setor Militar Urbano.
Ele fazia uma “ação rotineira de inspeção de possíveis focos do mosquito da dengue, como ocorre diariamente em todas as regiões administrativas do DF, especialmente em época chuvosa”.
A secretaria disse ainda que um boletim de ocorrência foi registrado e lembrou que “desacato a servidor público no desempenho de suas funções pode configurar crime, previsto inclusive no Código Penal”.