17 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Vídeo: Lula diz que “não há games de amor, só de matar” ao falar de violência nas escolas

Em reunião com ministros e governadores, presidente resolve jogar fora a cartilha com promessas que fez aos “gamers” durante eleição

Durante uma reunião no Palácio do Planalto para discutir os recentes ataques violentos em escolas no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma crítica contundente aos jogos de tiro, afirmando que eles são um dos fatores que contribuem para o aumento da violência escolar e infantil no país.

Lula destacou o uso das redes sociais para propagar o discurso de ódio e os desafios educacionais enfrentados diante das recentes chacinas nas escolas, que resultaram em várias mortes. Ele argumentou que não há jogos que promovam o amor e a educação, e criticou a existência de jogos de tiro que, segundo ele, ensinam os jovens a matar.

O presidente, portanto, generalizou a pauta e colocou parte da culpa em toda a indústria de videogames e em seus jogadores:

“Não tem jogo, não tem game falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. É cada vez muito mais mortos do que na Segunda Guerra Mundial. É só pegar o jogo da molecada, o meu filho, o filho de cada um de vocês. O meu neto, o neto de cada um de vocês (…) Eu duvido que tenha um moleque de 8, 9, 10, 12 anos que não esteja habituado a passar grande parte do tempo jogando essas porcarias”.

O presidente, que tem 77 anos, falou, portanto, algo equivocado, que pode atrapalhar muito a discussão sobre segurança nas escolas. É o presidente culpando os jogos, no nível de Gilberto Barros dizendo que cartas de Yu Gi Oh são coisas do demônio.

Lula, que provavelmente não conhece jogos como a franquia Animal Crossing, em que tudo o que as pessoas fazem é socializar com outras e vender ou trocar os produtos que produzem, generalizou a questão.

Além de jogos educativos que falam sobre educação, há exemplos clássicos, como Tetris (que ensina que acertos desaparecem facilmente e que os erros se acumulam de forma perigosa) ou SimCity, um simulador de engenharia de cidades, que não tem relação com pessoas que fazem faculdades de engenharia, assim como quem joga jogos de tiro não gosta de matar.

Assim como jogadores da franquia Mario, da Nintendo, não têm o costume de pisar em tartarugas, o presidente foi desinformado e falou algo equivocado mais uma vez. E olha que durante as eleições ele recebeu um documento que propõe a criação de políticas públicas para o setor de jogos eletrônicos no Brasil, um ponto que tem sido extremamente cobrado pelos eleitores mais jovens nos últimos anos.

O presidente lamentou que muitos pais exponham seus filhos pequenos a jogos violentos, tornando esse tipo de conteúdo algo normal para as crianças. Além disso, Lula observou que há uma grande quantidade de jogos de tiro disponíveis na internet, mas que todos esses possuem classificação etária.

No mundo dos games não há apenas violência. Esse é o pensamento do desinformado. Mas o que temos observado ultimamente é que há muita besteira sendo falada pelo presidente.