A deputada Carla Zambelli, que deveria depor nesta segunda-feira, 7, na Polícia Federal (PF), tratou de usar os advogados para evitar o depoimento, em São Paulo. A PF, portanto, adiou mais uma vez.
O adiamento é mais uma estratégia da parlamentar para fugir da investigação que corre sobre o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a pedido da própria Zambelli.
A defesa da parlamentar já tinha adiantado que ela não falaria, caso não tivesse acesso ao processo. A PF determinou que os autos fossem entregues a defesa, para que não haja mais desculpas na hora do depoimento.
A deputada e o hacker Delgatti foram alvos de uma operação que investiga crimes em decorrência da invasão dos servidores do órgão. A parlamentar é acusada de pagar Delgatti para invadir os sistemas do CNJ e incluir uma ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
O hacker teria, inclusive, tentado invadir contas pessoais do magistrado nas redes sociais, além do e-mail utilizado pelo ministro, após receber pagamento da deputada. Zambelli afirma que a contratação foi para que o acusado cuidasse do site e das redes sociais dela. A congressista e o hacker foram alvos da operação 3FA
A PF aponta que os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor de Moraes.