20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Zambelli se manda pros EUA após inquérito por ameaça com arma

Deputada bolsonarista teve os perfis do Twitter, Instagram, YouTube, TikTok e LinkedIn suspensos e não tem mais acesso ao Telegram e Whatsapp

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou, por meio de nota, que está viajando para os Estados Unidos. A parlamentar disse que não informou sobre a viagem porque está sem acesso às redes sociais:

É através das minhas redes sociais que reporto eventos, faço questionamentos, trago conhecimento informativo e divulgo minha agenda.

O resultado desse trabalho de confiança e respeito me garantiu o título de parlamentar de maior influência no Brasil nos últimos 2 anos segundo o FSB e 2 vezes a melhor deputada do Brasil, segundo o Congresso em Foco.

A decisão que censurou todos os meus canais de comunicação, inclusive o Watsapp tem como objetivo controlar o fluxo de informações e conter uma das maiores vozes conservadoras da internet com mais de 9.520.000 seguidores em sete redes sociais.

Não divulguei a viagem aos Estados Unidos simplesmente porque não tenho onde publicar, oras!Estou no meio desse movimento de contenção, repressão e ataque à Liberdade.

Estou cumprindo agendas pessoais e aproveitarei a ocasião para estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas.

Na última terça-feira (1º), Zambelli teve os perfis do Twitter, Instagram, YouTube, TikTok e LinkedIn suspensos. A deputada disse que perdeu até o acesso aos aplicativos de mensagens Telegram e WhatsApp.

Armada

Um dia antes da eleição, Zambelli apontou uma arma contra um homem negro, o jornalista Luan Araújo, em São Paulo. Vídeos gravaram o momento da ação e mostram que ela atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola empunhada.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) afirma que um inquérito policial “foi relatado ao Poder Judiciário” e que a ocorrência também foi encaminhada à Polícia Federal e ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) “para as devidas providências e prosseguimento da apuração de todas as circunstâncias dos fatos”.”Paralelamente, a Polícia Militar instaurou um IPM e acompanha o caso”, finaliza o texto.

O caso também motivou um pedido de investigação da oposição contra a deputada por diversos crimes, entre eles tentativa de homicídio, lesão corporal, perigo para a vida de terceiros e racismo.

No domingo (30), o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou à PGR (Procuradoria-Geral da República) esse pedido. A medida é praxe, uma vez que cabe à equipe de Augusto Aras avaliar se abre ou não uma apuração contra a parlamentar.