29 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog da Graça Carvalho

A saga dos precatórios nunca pagos, só quem sabe é quem passa

Em desabafo, numa rede social, o médico alagoano Hemerson Casado fala da luta travada por sua família para receber precatórios originados de uma desapropriação na época de Collor prefeito de Maceió

O médico alagoano Hemerson Casado relatou numa rede social toda a luta travada por sua família para receber precatórios , desde a década de 90.

O cirurgião cardiovascular  Hemerson Casado, alagoano conhecido por seu ativismo em defesa de pessoas  com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), publicou, recentemente, em uma rede social  um desabafo sobre a luta travada por sua família, desde a década de 90,  para receber precatórios originados de um processo judicial contra o município de Maceió.

Na época, o município foi condenado  por ter desapropriado  (quando Fernando Collor era prefeito) a casa do pai de Casado para duplicação de uma avenida,  sem ter pago a devida indenização.

“Depois da segunda parcela, a Prefeitura não mais honrou com o pagamento. Como calcular algo que foi tirado da família há cerca de 40 anos?”, questiona Casado. Além de indignado com a morosidade, ele criticou a forma de recálculo dos precatórios, que, devido a mudanças de entendimento judicial também resultaram na diminuição significativa do crédito a receber (não revelou valor).

Para ele, o sentimento é de frustração. O processo está no nome de sua mãe, Solange Casado Gama. “Minha mãe ficou privada de muitas coisas. O Tribunal de Justiça de Alagoas precisa ter a sua independência respeitada. Temos o dever de pagar as nossas contas, sob pena de ter serviços básicos cortados. Mas o governo tem o direito de pagar quando quer, causando sofrimento e humilhação”, lamenta.

Como se não bastasse o mal-estar, Casado também  denuncia que sua mãe estava na 25ª da lista, mas, entraram 75 nomes na frente dela. Uma denúncia séria que merece a atenção do Tribunal de Justiça de Alagoas, até porque, de acordo com o CNJ, os repasses  devem seguir ordem cronológica.

“Espero que o Tribunal de Justiça de Alagoas tenha o zelo de apreciar essa matéria com muita sensibilidade e senso de justiça. A minha confiança na justiça é total e não medirei esforços para lutar pelos direitos da minha família para reaver cada centavo em honra da história do meu nobre e saudoso pai”, finalizou Casado. O Blog fica à disposição do Tribunal de Justiça para esclarecimento dos fatos.

Enfim, não é novidade para ninguém com crédito de precatório a receber, em todo o país,  que a  fila de beneficiários  é imensa e se arrasta. Muitas vezes, a luta para colocar a mão no dinheiro ultrapassa gerações. A saga dos precatórios nunca pagos, só quem sabe é quem passa.