1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Agência de turismo britânica entra em falência e deixa na mão 600 mil turistas

São mais de 150 mil britânicos com voos e estadas em hotéis cancelados, agora missão da maior operação de repatriamento da história, em tempos de paz, do Reino Unido

A agência de turismo britânica Thomas Cook entrou, esta segunda-feira (23), em falência e vai obrigar o Reino Unido a realizar a maior operação de repatriamento da história, em tempos de paz. A Thomas Cook é a mais antiga operadora turístico do mundo, fundado em 1841.

Como empresa não conseguiu os €1,2 bilhões (ou mais de R$ 4,5 bilhões) necessários para fechar o plano de sobrevivência em negociação com o principal acionista, os bancos, os credores e outros investidores, não restou alternativa além de anunciar o colapso no site oficial.

A falência já motivou o cancelamento de centenas de voos previstos para as próximas semanas e deixa à deriva cerca de 600 mil clientes atualmente em viagem. Muitos com pacotes completos de férias.

A maior parte, cerca de 150 mil turistas britânicos, serão repatriados numa operação estatal já conhecida como “Matterhorn” com recurso a aviões charter ou em voos de outras companhias.

A operação inclui, por exemplo, os cidadãos britânicos atualmente a usufruir de pacotes de férias da Thomas Cook em Portugal continental, nas ilhas do atlântico ou em destinos do Mediterrâneo.

Os que estiverem, por exemplo, nos Estados Unidos terão de ser marcar por sua conta uma das reservas especiais disponibilizadas por outras companhias aéreas, com um custo estimado entre os €170 e os €230 por trajeto para quem provar ter sido afetado pela falência da Thomas Cook.

Os clientes prejudicados pela falência da Thomas Cook devem depois reclamar junto da entidade do cartão de crédito utilizado na reserva ou da seguradora da viagem para serem restituídos do que pagaram pelo produto adquirido na Thomas Cook.

A Autoridade de Aviação Civil (CAA, na sigla original) do Reino Unido garante estar a tentar o repatriamento dos turistas britânicos sem afetar demasiado as datas previstas para o regresso a casa.

Em termos globais, a Thomas Cook tem ainda dezenas de milhares de clientes oriundos da Alemanha e da Escandinávia, localizações onde a empresa detinha duas companhias aéreas.

Todos os clientes da empresa terão de ser resgatados e compensados ao abrigo do chamado esquema ATOL, o qual terá um custo estimado de quase €700 milhões de euros, bem acima dos €226 milhões que a Thomas Cook necessitava para completar o orçamento exigido pelos credores e investidores para viabilizar a empresa pelo menos durante a época de inverno.