7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

AGU fará Vale atestar qualidade dos rios; 157 mortes confirmadas em Brumadinho

Agência Nacional de Águas (ANA) não descarta a possibilidade de os rejeitos da barragem que se rompeu chegarem ao rio São Francisco

A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou hoje que entrou com uma ação na Justiça Federal em Belo Horizonte para obrigar a mineradora Vale a contratar um laboratório para analisar a qualidade da água na região de Brumadinho (MG) e pede aplicação de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

A medida é necessária para atestar se o abastecimento da água da região está comprometido devido ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. Pelo pedido, a análise da água deverá medir a presença de mercúrio, chumbo, arsênio, manganês e cádmio e deve ser custeada pela Vale.

“É fundamental termos conhecimento da qualidade da água que está sendo destinada ao consumo humano, para evitar a contaminação de pessoas por componentes nocivos à saúde e dar segurança aos moradores de que a água consumida é potável”. André Mendonça, advogado-geral da União.

Análise no Paraopeba revela que o nível de oxigênio está muito baixo

A Agência Nacional de Águas (ANA) não descarta a possibilidade de os rejeitos da barragem que se rompeu chegarem ao rio São Francisco e ressalta que a ocorrência de chuvas na região pode alterar o quadro observado até então.

Ponto onde foram identificadas alterações no parâmetro de turbidez nas águas do rio Paraopeba, afluente do São Francisco, no município de São José da Varginha (MG), está localizado a 200 km do reservatório de Três Marias, que recebe as águas do Velho Chico. No último domingo, um secretário do governo de Brumadinho afirmou: “não existe mais vida aquática no rio Paraopeba”.

Brumadinho

A Defesa Civil de Minas Gerais informou, na tarde desta quinta-feira (7), que subiu para 157 o número de mortes em consequência do rompimento da barragem, há cerca de duas semanas, em Brumadinho,.

Deste total, foram identificadas 134 vítimas. As equipes ainda buscam 182 desparecidos. Segundo a Defesa Civil, entre os não localizados, 55 são da equipe da Vale, proprietária da mina, e os demais 127 são moradores e turistas que estavam nos arredores da barragem rompida.

Os localizados totalizaram 393. Destes, 294 são classificados pela Defesa Civil como encontrados da lista da mineradora e 169 de moradores da comunidade. O balanço da Defesa Civil ainda registra a existência de 133 desabrigados, que foram retirados de suas casas, que apresentavam riscos ou foram  destruídas, tendo sido levados a hotéis. Três pessoas ainda estão hospitalizadas