Com o aumento do dólar os brasileiros estão investindo em viagens dentro do próprio País, e Alagoas tem sido uma escolha constante. E isso se reflete na ocupação hoteleira do primeiro semestre de 2018, que superou a média do ano passado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH-AL), a média atual é de 73,19% contra 68,08% de 2017.
Apesar disso, a manutenção do valor da diária média e o crescimento no número de leitos têm atormentado o setor. O que pode ser uma preocupação dos empresários com o futuro do turismo alagoano. Apesar do aparente um crescimento, o setor não enxerga o cenário com perfeição.
“A alta do dólar, que faz com que as pessoas escolham viajar dentro do Brasil e facilita a vinda de estrangeiros para cá, também provoca o aumento de todos os custos e as despesas da hotelaria, por anos seguidos acima de dois dígitos. Esse aumento não é repassado nas diárias, e um dos motivos é a alta concorrência, com a oferta de leitos com diária média inferior”, avalia Milton Vasconcelos, presidente da ABIH-AL.
Para ele, isso tudo gera uma bolha e a longo prazo pode reduzir a capacidade de investimento interno em manutenção e estrutura dos hotéis, tendo como ameaça a perda da qualidade da hotelaria, que hoje é um grande destaque para Alagoas. Em sua visão, é preciso também que o poder público aumente os investimentos no turismo, tanto na captação de novos turistas, como na manutenção dos cuidados com a cidade.
“É preciso que tanto Governo do Estado quanto prefeituras continuem investindo na divulgação do nosso destino, e cuidando do saneamento, da limpeza das praias, da segurança como um todo. Não podemos achar que está tudo muito bem e não pensar no futuro. A economia de Alagoas passa pelo turismo”, destacou ele.