20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Assembleia de Deus de SP fala em punir membros de esquerda após receber Bolsonaro

Igreja afirma que Lula apoia “religiões demonistas”, inclusive “seitas satanistas foram expressamente às redes dar apoio e ainda fazer bravatas contra o povo cristão”

Foto: Ana Paula Bimbatti/UOL

Um dos braços mais fortes da Assembleia de Deus, a maior das denominações evangélicas brasileiras, decidiu nesta terça-feira (4) punir os membros que “defenderem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista”. No mesmo dia, recebeu o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Aqueles que “comprovadamente já não mais aceitam a palavra de Deus” e adotam “filosofia em choque com princípios cristãos”, afirma um integrante da diretoria da Confradesp (Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Estado de São Paulo), “poderão ser representados no conselho de ética e disciplina para a aplicação de medidas disciplinares”.

Nesta carta, redigida na 49º Assembleia-Geral Ordinária da Confradesp, se enfileiram temas que incomodam a direita conservadora e são associados, muitas vezes indevidamente, à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Houve ataques diretos ao ex-presidente na reunião. Para a Confradesp, a anulação de suas condenações na Lava Jato não teria validade porque, para tanto, seria preciso ter ausência de crimes e de provas, por exemplo. O entendimento é que o caso contra Lula, abolido por suspeição do ex-juiz Sergio Moro, não o inocenta.

Também pesaria contra o petista o “apoio expresso” de “religiões demonistas”, inclusive “seitas satanistas foram expressamente às redes dar apoio e ainda fazer bravatas contra o povo cristão”.

Bolsonaro, Michelle e mulheres

“A batalha final será no dia 30 de outubro, em nome do senhor Jesus”. Foi na presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) que o pastor José Wellington pediu votos durante culto evangélico na AD Belém (Assembleia de Deus Ministério de Belém) na tarde de hoje (4). O encontro, na zona leste de São Paulo, teve a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro e de outros parlamentares.

Bolsonaro chegou ao local por volta de 17h45. O evento durou cerca de uma hora. Além de Michelle, ele estava acompanhado pelo filho, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelo candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo senador eleito Marcos Pontes (PL-SP).

Tanto Michelle quanto os pastores repetiram a narrativa que o Brasil vive um momento de guerra espiritual e que a igreja não pode ser omissa. Assim como no 7 de setembro e antes do primeiro turno, as lideranças evangélicas pediram que os fiéis façam jejum e oração pelo futuro do país.