6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Atraso nas obras do Hospital Regional de Palmeira dos Índios incitam debate no plenário

Atraso nos investimentos feitos pelo Governo do Estado na área da Saúde dominou assunto na ALE

O pronunciamento feito pelo deputado Cabo Bebeto (PL) durante a sessão desta quarta-feira, 24, promoveu um debate sobre os investimentos feitos pelo Governo do Estado na área da Saúde.

O parlamentar cobrou o pagamento de repasses da pasta, principalmente com relação à obra do Hospital Regional de Palmeira dos Índios. “Vim apelar para que algo seja feito de forma urgente”, disse o deputado, relatando que visitou o local e encontrou as obras paradas devido a atrasos nos pagamentos.

“É uma estrutura importante para a região, que está carente de hospitais. É triste ver esse recurso público parado e o pagador de impostos não sendo respeitado”, lamentou Cabo Bebeto.

“Segundo a construtora, ela não suportou os atrasos, que começaram em junho do ano passado”, explicou o parlamentar, dizendo que o empenho do mês de junho de 2022 foi realizado apenas em fevereiro deste ano. Com o atraso, a Secretaria da Saúdes não autorizou novas medidas sobre os serviços executados.

“A empresa, logicamente, devido aos atrasos, reduziu o ritmo”, interpretou o deputado, afirmando que uma nota de dezembro também foi cancelada após a portaria 495/2023, que autoriza a anulação das notas de empenho não liquidadas. “A empresa e toda a população da região de Palmeira dos Índios foram prejudicadas”, finalizou o deputado, informando que a empresa pediu a revisão do contrato devido aos atrasos.

Os parlamentares Delegado Leonam (União Brasil) e Fernando Pereira (PP) concordaram com o pronunciamento e forneceram exemplos adicionais de pagamentos atrasados pela Saúde do Estado. “Isso não se restringe ao hospital de Palmeira”, iniciou o parlamentar do União Brasil, dizendo que há atraso nos repasses das Santas Casas de Maceió e de Penedo, além do Hospital Chama de Arapiraca.

“O Hospital do Idoso, localizado na Fernandes Lima, em Maceió, orçado em R$ 15 milhões, nem teve suas obras iniciadas, mas deveria ter sido inaugurado em abril. “A população precisa muito desse hospital. Somente na capital são 100 mil idosos”, finalizou Delegado Leonam.

Fernando Pereira apontou também a falta de agilidade administrativa em outras pastas. “Em quase todas as secretarias não vemos celeridade. Cidades não receberam sementes do Governo, que cumpriu apenas 10% da demanda realizada no ano anterior”, afirmou o parlamentar, questionando se isso não seria um reflexo de menos repasses por parte do Governo Federal.

Governo

Líder do governo, o deputado Silvio Camelo (PV) ressaltou a importância da fala de Cabo Bebeto, mas disse que há a possibilidade da obra ter sido interrompida devido a um pedido abaixo do mercado por parte da construtora.

“Na ânsia de ganhar a licitação, muitas empresas oferecem um valor que não conseguem cumprir, pois pedem preços muito baixos. Se esse for o caso, o segundo colocado será chamado”, disse Camelo, afirmando que atrasos são normais em todas as esferas, mas que as obras não vão parar.

Camelo enalteceu ainda a solidez das contas do Governo, que antecipou mais uma vez o salário dos servidores e que realizou importantes programas na área da saúde, como o “AVC dá Sinais”.

O deputado Ronaldo Medeiros destacou a lista de hospitais construídos pelo Governo: apenas em Maceió foram entregues o da Mulher, o da Criança, o do Coração e o Metropolitano. “Quem já foi gestor sabe que, na competição, às vezes se coloca um preço inexequível”, afirmou Medeiros, dizendo que testemunhou atraso semelhante em obras do INSS em 2010.

O deputado Alexandre Ayres (MDB), que já ocupou o cargo de secretário estadual da Saúde, reforçou que a criação dos novos hospitais, por si só, já seria um importante avanço, visto que Alagoas possuía apenas o HGE.

“Amanhã será inaugurada a oferta da ecodinâmica no Governo do Estado”, destacou o parlamentar, referindo-se ao aparelho de última geração que auxiliará nos procedimentos de cateterismo. “Muitos já morreram na fila e agora teremos esse equipamento tão caro, com nossos hospitais funcionando e um Estado longe de ficar parado”, concluiu Ayres.