Não faz muito tempo que, por muitos menos, havia gente desvairada chegando a postos de combustíveis e berrando: “Dilma, devolva minha gasolina a R$ 2,00”.
Daí para a frente a gasolina, o diesel e o gas de cozinha só aumentaram. Até mesmo o etanol, que já é vendido diretamente pelas destilarias nas bombas de combustíveis, não teve redução significativa de preços.
As desculpas para os preços inflacionados dos combustíveis são para gringo ver. Dizer que o presidente da República não pode interferir na Petrobrás é a maior balela dos últimos tempos.
Podia antes e pode hoje, a hora que quiser.
O grande problema é que o Planalto não quer contrariar interesses dos investidores estrangeiros, que ele mesmo trouxe para serem acionistas da empresa e por isso mesmo dolarizou os preços.
Está na dúvida? Veja então o que disse o parlamentar gaúcho, bolsonarista, Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista do Caminhoneiro Autônomo e Celetista.
-A gente sabe que a política de preços rendeu mais de R$ 100 milhões em lucros que estão sendo enviados ao exterior. Enquanto isso, diziam que essa política iria manter a Petrobras saudável e capaz de realizar investimentos. Mas onde estão os investimentos?”.
A Frente Parlamentar que reúne 235 deputados federais e 25 senadores está indo ao Supremo Tribunal Federal para suspender o aumento dos combustíveis com base no Código do Consumidor, que diz ser “proibido usar índices internacionais para reajustar preços de serviços e produtos internamente no Brasil”.
A Petrobrás ainda é uma empresa do governo brasileiro. É ele quem manda. Não querer assumir responsabilidades no ônus já é uma tradição do atual governante do País.
Por isso mesmo que o presidente da Frente Parlamentar declarou em alto e bom som:
–Bolsonaro traiu os caminhoneiros!
Isso no caso deles. Imagine os demais brasileiros…