21 de agosto de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bloqueios impedem chegada de comida nos mercados e oxigênio nos hospitais

Até mesmo a produção de vacinas vem sendo afetas pelos bolsonaristas que fecharam estradas após a derrota do presidente para Lula

Os bolsonaristas que protestam por causa da derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula (PT) na eleição presidencial já estão prejudicando a distribuição de mantimentos em regiões do brasil.

Os radicais que pedem golpe de estado estão afetando cadeias de carne bovina e suína, aves e peixes, leite e hortaliças, legumes e frutas, que sem conseguirem chegar aos mercados, provocarão falta de produtos e alta de preços.

Somente a empresa Cantu, distribuidora de alimentos que atua em sete estados no país, diz ter prejuízo diário de 40 e 50 toneladas por dia de alimentos que não são entregues. Alguns produtos já estão em faltas e a situação tende a piorar.

Também no sul do país, empresas proprietárias de frigoríficos em Santa Catarina já tiveram que interromper abates devido ao atraso nas cargas de bois, suínos e frangos.

Para evitar que o problema continue, o que poderia levar ao desabastecimento, os caminhões estão sendo enviados a outras unidades.

A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) afirmou, em nota, que entre a zero hora e as 10h desta terça (01), caiu em 17% a quantidade de veículos que entraram no entreposto da Vila Leopoldina na capital. Culpa em parte o bloqueio das rodovias.

Oxigênio e vacinas

Os protestos em rodovias pode também prejudicar o fornecimento de oxigênio para hospitais e colocaram em risco a produção de vacinas contra gripe.

A Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) informou na manhã de hoje (1º) que as manifestações estão colocando em risco o transporte de oxigênio líquido medicinal, destinado a clínicas e hospitais e fundamental para a preservação da vida de pacientes com crise respiratória ou em estado crítico em UTIs e CTIs.

“Faz-se necessária a urgente liberação da circulação sem bloqueios no país para que tanto o oxigênio quanto os demais produtos essenciais à vida do brasileiro sigam chegando ao seu destino”.

Também pela manhã, o Instituto Butantan teve de pedir ajuda à SSP (Secretaria de Segurança Pública) para evitar prejuízos.De acordo com a entidade, uma carga de 520 mil ovos usados para produção de vacinas contra H3N2 ficou bloqueada nas proximidades de Jundiaí (SP) e, se não chegasse ao laboratório na capital até o fim manhã, a fabricação de 1,5 milhão de doses poderia ser comprometida.