4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Bolsonaro apoiou o orçamento impositivo e agora é agente da discórdia

Presidente não prima pelo bem da coletividade, mas pelo próprio umbigo

Bolsonaro: um roteiro de incoerências pelo bem estar os próprios interesses.

A semana no parlamento (pós carnaval) tende a ser em alta temperatura com a votação do Orçamento da União, razão maior da confusão instalada entre o Presidente da República, Jair Bolsonaro, seus imediatos, e as lideranças do Congresso.

Agora, para o Planalto e, sobretudo, para o presidente, o chamado orçamento impositivo defendido pela maioria dos parlamentares “é uma chantagem”.

Mas, não o era até pouco tempo. Principalmente quando, em 2015, Jair Bolsonaro gravou vídeo elogiando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha – hoje preso na Papuda como corrupto –  por ter apoiado e votado a favor da PEC que criou o orçamento impositivo.

A PEC que foi apoiada por Bolsonaro estabeleceu que 94% do orçamento teria o carimbo da obrigatoriedade. Isto é, o Poder Executivo não pode mexer ao bel prazer sob pena de cometer crime de responsabilidade.

A mudança formatada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) definiu que emendas de comissão feitas ao orçamento pelos parlamentares e pelo relator também são de execução obrigatória, a exemplo de parte das emendas individuais e de bancadas.

Ora, Bolsonaro apoiou, votou e deu vivas a Eduardo Cunha pelo grande feito da imposição ao orçamento. Agora ele não quer mais isso e diz que o Congresso faz chantagem. Em seguida convoca seu bloco às ruas para uma manifestação contra o parlamento.

Quando um presidente da República esquece que o diálogo, em qualquer lugar do mundo, seria o caminho natural para a solução do problema, e, no entanto, passa a incitar parte da sociedade à prática do ódio e da intolerância, ele simplesmente cria o roteiro da antipolítica e do caos por absoluta falta de capacidade de compreender e respeitar a autonomia dos poderes.

Além de evidenciar a sua própria incompetência para governar.

É triste, mas o homem que deveria dar exemplos de gestão atua como agente da discórdia. Está mais do que claro que Jair Bolsonaro não prima  pelo bem da coletividade, mas simplesmente pela visualização do próprio umbigo.

Ou mesmo, pelo filé das suas crias.