20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Bolsonaro cometeu crime ao ficar com jóias, afirma procuradoria

operação caracterizou uma tentativa do crime de peculato, já que as joias já constituíam patrimônio público

Procuradores do Ministério Público Federal apontaram os primeiros indícios de crimes relacionados ao caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o MPF, a destinação desses bens ao patrimônio pessoal de Bolsonaro poderia configurar o crime de peculato, caracterizado pelo desvio de recursos públicos

Essa é a primeira manifestação do MPF a respeito dos fatos investigados, que também identificou indícios do patrocínio de interesse privado perante a administração fazendária.

As joias, avaliadas em R$ 16 milhões, foram trazidas ao Brasil em outubro de 2021 após uma viagem oficial do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. No entanto, a Receita Federal as retém no Aeroporto de Guarulhos.

Embora a Receita tenha aberto prazo para que o governo federal apresentasse documentação para retirar os bens, esse processo se encerrou em julho de 2022. Como resultado, foi decretado o “perdimento”, o que significa que o material seria integrado ao patrimônio da União.

Em dezembro do ano passado, pouco antes do fim do governo, o Palácio do Planalto tentou retirar os bens, mas sem sucesso. Para o MPF, essa operação caracterizou uma tentativa do crime de peculato, já que as joias já constituíam patrimônio público.

O Ministério Público Federal enfatizou que, a partir da decretação do perdimento dos bens, eles passam a ter natureza eminentemente pública e não podem ser destinados para qualquer uso particular, incluindo o acervo pessoal do presidente da República.