Nesta semana, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro pelo PSC e responsável pelas redes sociais do presidente, seu pai, Jair Bolsonaro (PSL), soltou uma indireta patética no Twitter para se esquivar da ‘guerra ideológica’ entre Olavo de Carvalho, o filósofo/astrólogo guru do Presidente e demais Olavistas, contra o vice-presidente, o general Hamilton Mourão.
Mourão ultimamente vem sendo visto como voz da razão no governo, ao contrário das caneladas que o presidente e seu entorno dão. Principalmente nas redes sociais, capitaneadas pelo filho pitbull – responsável por colocar o vídeo impróprio e o comentário sobre golden shower no twitter do pai.
Depois que uma das lideranças do governo, o deputado federal Marcos Feliciano (Podemos-SP) foi incentivado a apresentar o pedido de impeachment do vice-presidente, pois este “está conspirando contra Bolsonaro”. No dia 21, Carlos Bolsonaro, que no Youtube do pai colocou um vídeo de Carvalho criticando militares, pareceu querer tirar o dele da reta:
Começo uma nova fase em minha vida. Longe de todos que de perto nada fazem a não ser para si mesmos. O que me importou jamais foi o poder. Quem sou eu neste monte de gente estrelada?
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 22 de abril de 2019
Apenas parecia. Ele não se conteve e mais uma vez foi valente nas redes sociais, nesta terça-feira:
De forma gratuita, Carlos reproduziu o release de uma palestra em que Mourão falou da reforma da Previdência e respondeu perguntas de integrantes da platéia defendendo o governo Bolsonaro. Mas deixou claro que, se o governo errar, a conta será debitada dos militares:
“Em meio ao barulho político, o vice-presidente Hamilton Mourão emergiu como uma voz de razão e moderação, capaz de orientar tanto em assuntos internos quanto externos” trecho do release.
Carlos Bolsonaro, Olavo e os demais filhos do presidente estão convencidos de que o general posa de moderado, mas conspira contra o pai. E eles alimentam isso no próprio presidente.
Bolsonaro ignora
As novas críticas de Carlos Bolsonaro ao vice-presidente reabriram a crise que o núcleo militar do governo via como ultrapassada. Generais acreditam que presidente Jair Bolsonaro se recusou a incluir o filho vereador pelo PSC carioca na leve reprimenda que fez ao escritor Olavo de Carvalho, o guru da ala que se diz ideológica do bolsonarismo, pelo vídeo em que Mourão e os militares são criticados.
Os militares, especialmente os da ativa, viram nos fatos um recado à movimentação política fluida de Mourão, que a família de Bolsonaro vê como interessado em derrubar o presidente. O presidente também manteve inalterado o acesso de Carlos às suas redes sociais. Bolsonaro costuma ter primazia sobre sua conta no Twitter, mas o Facebook e o YouTube são canais em que o filho controla sozinho.
O mais patético é que presidente e outros Olavistas, que atrapalham pastas como a do MEC e Relações Exteteriores, utiliza de postagens assim para justificar seus argumentos – ao menos esta é censura livre e não menciona órgão excretor nenhuma vez:
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O Mourão deveria se limitar à única função que desempenha bem, de modelo.