20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Música

Brasil chora a morte de Gal Costa, a rainha da MPB

Cantora estava se recuperando de uma cirurgia realizada em setembro

Meu nome é Gal; lá se foi a dona da voz na MPB

O Brasil está de luto. Aos 77 anos, morre Gal Costa, a rainha da voz na Música Popular Brasileira.

A artista baiana morreu na manhã desta quarta-feira (9), conforme confirmou a assessoria de imprensa da cantora ao jornal Folha de S. Paulo.

Gal estava se recuperando da retirada de um nódulo da fossa nasal direita e por isso mesmo havia cancelado apresentações em festivais de São Paulo. A previsão é que ficasse em recuperação até o fim deste mês.

A cirurgia ocorreu em setembro, após a participação dela no Festival Coala. Após isso ela não enfrentou mais os palcos devido ao seu estado de saúde.

Meu nome é Gal

Desde outubro do ano passado, Gal Costa rodava o Brasil com a turnê do show “As várias pontas de uma estrela”, no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 da MPB, incluindo “Açaí”, “Nada mais”, “Sorte” ,”Lua de mel”  e “Meu Nome é Gal”. A agenda da cantora previa ainda shows na Europa ainda neste ano.

A origem

Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945, em Salvador. Ainda menina, nos anos 1960, todos a conheciam como Gracinha, dona de uma voz suave e afinada. Um dia, ela encontrou o mito da bossa nova, João Gilberto, que ao ouvi-la terá dito: “Você é a maior cantora do Brasil.”

Rebatizada de Gal Costa, ela não demoraria a confirmar a profecia de João: do começo na bossa, Gal adentrou o Tropicalismo ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, seguiu pelos caminhos da MPB e do pop, e se estabeleceu como uma das maiores vozes femininas em um país de enormes vozes femininas.

Consagrada por sua interpretação cristalina, que pôs a serviço dos maiores compositores da música brasileira (Dorival Caymmi, Ary Barrroso e Tom Jobim mereceram dela álbuns inteiros), Gal Costa também se destacou como um ícone da revolução comportamental.

Em poucos anos, a cantora que estreara em LP em 1967 (com “Domingo”, ao lado de Caetano Veloso), ainda bossanovista e comportada, soltou voz e cabelos, aderiu às guitarras elétricas e adotou o ideário hippie na areias de Ipanema, nas Dunas do Barato, que em 1971 passaram a ser conhecidas como as Dunas da Gal.