Depois da votação na Câmara sobre a prisão do deputado Chiquinho Brazão, parlamentares à direita, certamente, vão pensar duas vezes ao bravatear contra adversários, com o argumento de que “a esquerda protege bandidos”.
A bancada do PL e bolsonaristas, abrigados em outras legendas, votaram pela libertação de Brazão, acusado de mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. O crime ocorreu em 2018.
Um detalhe curioso na votação:
Dos 129 que queriam soltar Chiquinho Brazão, envolvido no duplo assassinato, 5 usam a profissão de delegado de polícia no nome de urna. 10 usam patentes militares. 5 se apresentam como “doutor”. 4 são pastores evangélicos.
São parlamentares que seguem o rito de uma bancada, que costuma dizer aos quatro cantos que “bandido bom é bandido morto”. Isso, quando é devidamente conveniente. Ou seja, o ditado não serve para bandido rico ou “parças” de alianças históricas.
Na bancada alagoana a surpresa foi o voto do deputado Luciano Amaral (PV). Ele e os deputados delegado Fábio Costa (PP) e Marx Beltrão (PP) votaram para libertar Brazão, um parlamentar com o histórico aliado à violência das milícias do Rio de Janeiro.
Da bancada das bandas de cá, votaram pela prisão, Paulão (PT), Isnaldo Bulhões (MDB), Rafael Brito (MDB), Daniel Barbosa (PP) e Alfredo Gaspar (União Brasil). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) não votou.
O certo é que o resultado da votação que autorizou a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão vai deixar para os seus apoiadores o selo “defesa de miliciano”.
O pior para Brazão é que o pessoal do apoio está querendo acabar com a história das “saidinhas” da prisão, a cada fim de ano.
Mas, até lá, pode aparecer uma emenda: “Proibida a saidinha, mas só para bandido chinfrim”.
Excelente artigo