20 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Casos já são 7 milhões, óbitos voltam a acelerar e Brasil parece viver 2ª onda

Apesar disso, Bolsonaro enaltece ações de seu governo na pandemia e afirma que país vive uma “situação de quase normalidade”

O gráfico não se deixa enganar: claramente após atingir a menor média móvel de mortes diárias no início de novembro, o número de óbitos provocadas pela covid-19 voltou a subir no Brasil.

Nesta quarta (16), o Brasil superou a marca dos 7 milhões de casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, com 68.437 novos casos de um dia para o outro.

E os números feitos pelo levantamento das informações do consórcio de veículos de imprensa é pior do que parece, pois o estado de São Paulo enfrentou problemas técnicos e não enviou dados atualizados ao sistema do Ministério da Saúde.

E como mais infectados resulta em mais enfermos e em mais óbitos, o número de mortes provocadas pela doença no Brasil em um intervalo de 24 horas foi o maior em três meses: houve 968 novos registros, com um total de 183.822 óbitos desde o começo da pandemia.

O país não via um marco tão alto desde 15 de setembro, quando foram confirmadas 1.090 mortes.

Claro, para o presidente Jair Bolsonaro está tudo lindo e normal. Nesta quarta-feira, o presidente afirmou, em discurso durante cerimônia religiosa no Palácio do Planalto. que o Brasil vive uma “situação de quase normalidade”, ignorando as altas recentes nos números de casos confirmados e de mortes por Covid-19 no país.

“Quem esperava depois de meses difíceis chegarmos a uma situação de quase normalidade ainda em 2020? A quem devemos tudo isso? Em primeiro lugar a ele. E depois a vocês que estão aqui, os ministros incluídos, que trabalharam incessantemente, foram iluminados, e conseguiram com suas ações, usando para o bem a máquina do Estado, para fortalecer e dar esperança a mais de 200 milhões de pessoas”. Jair Bolsonaro, presidente.

Dados do consórcio de veículos de imprensa indicam que foram 684 óbitos em média nos últimos sete dias, o que representa uma aceleração de 26% na variação de 14 dias. O país já acumula 13 dias de alta na média móvel de mortes.

Sem considerar São Paulo, 17 estados e o Distrito Federal apresentaram tendência de alta na média móvel de mortes. Além disso, apenas dois estados apresentaram queda na taxa e outros seis mantiveram estabilidade.

Entre as regiões, apenas o Norte (7%) teve estabilidade. As demais apresentaram aceleração: Centro-Oeste (34%), Nordeste (26%), Sudeste (18%) e Sul (43%).

Em Alagoas, onde foi atingida uma estabilidade no número de óbitos e de casos, os números pioraram. E houve um crescimento de 53% nas novas mortes diárias.