Um manifesto aprovado na Conferência Estadual de Direitos Humanos revela dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cujo conteúdo se refere as mortes de jovens no País e no Estado de Alagoas. De acordo com o anuário, em 2014, a cada três horas, uma pessoa foi morta pelas policias no Brasil.
Esse número representou a taxa de 5% das mortes violentas intencionais do país, taxa superior à dos crimes de latrocínio que, no mesmo período, responderam por 1% das mortes intencionais no Brasil, causadas pela letalidade policial.
O Anuário também registrou o morticínio de policiais em 2014: ao menos um policial foi morto por dia, perfazendo a funesta cifra de 398 policiais mortos.
No Estado – Em Alagoas, os dados oficiais coligidos dos Boletins Anuais de Estatísticas Criminais da Secretaria de Segurança Pública, segundo o manifesto da conferência de Direitos Humanos ” um perigoso crescimento de 364,29% no período de 2013 a 2015 das mortes causadas pela letalidade policial, denominadas nos referidos boletins como “resistência com o resultado morte”.
Diz o documento que essa modalidade de Crime Violento Letal e Intencional saltou de 28 em 2013 para 102 em 2015.
Por fim, o documento da conferência estadual, realizada pela Secretaria da Mulher e Direitos Humanos de Alagoas repudia o “ethos belicista imperante nas políticas de segurança de “guerra ao crime” obstaculiza a missão teleológica das polícias no estado democrático de direito: a redução das possibilidades de que direitos humanos sejam violados”.
E conclui o documento: – O pretexto da redução de homicídios, não justifica o aumento absurdo da letalidade policial em Alagoas, por isso, repudiamos a política de “guerra ao crime” que vitimiza a população mais pobre e expõe os trabalhadores da segurança pública a riscos