Segunda-feira, 25. Este é o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas. Para comemorar a data o Conselho Regional de Medicina de Alagoas vai percorrer os consultórios de Maceió e do interior no intuito de reforçar, corpo a corpo, a adesão da categoria ao trabalho de responsabilidade social na prevenção ao sumiço dos menores no Estado.
“Nós já desenvolvemos essa caravana pelas crianças e adolescentes, mas convém visitar os colegas, lembrá-los e incentivá-los a ficarem atentos à questão. Muitas vezes, ao questionar sobre a história de vida do paciente, aqueles que se apresentam como pais ou responsáveis deixam dúvidas e suspeitas. Diante desse tipo de situação, o médico pode denunciar e ajudar na elucidação,” argumentou Fernando Pedrosa, presidente do CRM.
Ele conclama toda a classe médica, sobretudo os pediatras, a abraçarem essa caravana em defesa da criança e do adolescente. “Não custa nada colaborar. É um ato de cidadania que pode contribuir bastante com a redução do índice de menores desaparecidos”, reforça.
Pedrosa lembra que em Alagoas, segundo estimativa do Fórum dos Conselhos Tutelares, uma média de 40 crianças e adolescentes desaparecem todo mês. O número está em escala crescente em nível nacional, o que motivou o CFM, com consenso com os Conselhos Regionais, a deflagrar a caravana.
Além de visitar clínicas e consultórios também serão visitadas pelo CRM as alas pediátricas dos hospitais do Açúcar, Arthur Ramos e Santa Casa de Maceió, no dia 25. Os médicos e pacientes receberão folders e orientações sobre como evitar e proceder em caso de desaparecimento.
‘Estaremos em campo das 8:00 às 18hs com nossos conselheiros distribuindo material educativo e ajudando a orientar as pessoas a denunciar casos de desaparecimento e principalmente a prevenir o problema’’, disse o presidente do CREMAL, Fernando Pedrosa, frisando que os médicos serão incentivados a inserir o assunto durante o contato com o paciente, por ocasião da consulta.
A ação em defesa pela criança e adolescente vai acontecer simultaneamente em todo o país, através dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina. A pedido do CFM, o tema será abordado também em audiência pública no Senado Federal amanhã, dia 26. Além do presidente da autarquia, Carlos Vital, foram convidadas para o debate as presidentes da ONG Mães da Sé, Ivanise Esperidião; e do Movimento Humanos de Direitos (Mhud), a atriz Camila Pitanga.
Por ano, estima-se que 50 mil crianças somem no país e cerca de 250 mil ainda não foram solucionados. No mundo esse número chega a 25 milhões. Os Conselhos reconhecem a gravidade da situação que afeta a sociedade brasileira, notadamente a parcela mais carente.