1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

CPI retorna com Flávio Bolsonaro suplente, 400 requerimentos e depoentes pegos na mentira

Há ainda expectativa sobre como o presidente Jair Bolsonaro será tratado no texto do relator da comissão, Renan Calheiros

Desde a paralisação de duas semanas da CPI da Covid, por causa do recesso parlamentar até ontem, mais de 18 mil brasileiros morreram por causa da pandemia. E ela retorna hoje com novas frentes de investigação, reconvocações e novos depoimentos são as expectativas para os próximos 90 dias.

Os trabalhos serão retomados hoje (3) com o depoimento do Reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado como intermediador em negociações suspeitas para a venda de vacinas junto ao governo Bolsonaro.

Devem ser ainda apreciados 400 requerimentos sobre pedidos de convocações, quebras de sigilos, informações e audiências públicas.

Um dos depoimentos mais aguardados é o de Ricardo Barros (PP-PR). Ministro da saúde na gestão Temer e influente articulador, Barros é acusado de liderar um esquema de propinas dentro da Saúde. O caso seria de conhecimento de Bolsonaro segundo Luiz Miranda (DEM-DF).

Os senadores avaliam pedido de prisão preventiva de Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos e suspeito de envolvimento com o esquema de compra de vacinas. O empresário, que estaria na Índia, não deve comparecer ao depoimento marcado para amanhã.

Já Mayra Pinheiro pode ser afastada do cargo na Saúde a pedido da CPI. Em vídeo, ela pediu ajuda para formular perguntas enviadas a senadores e, em e-mail, ofereceu ‘kit-covid’ a Portugal.

Outro vídeo que circulou durante o recesso foi o do ex-ministro recebendo empresários que ofereciam vacinas depois de afirmar à CPI que não havia se envolvido em nenhuma negociação. Também chegaram às mãos dos senadores os dados da quebra de sigilo bancário do general, que deve ser reconvocado para uma acareação.

Os senadores acreditam na existência de uma rede distribuição de notícias falsas nas redes sociais. Ao menos 68 perfis que compartilharam mentiras estarão sob o escrutínio da CPI.

Durante a pausa

Presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) disse já ter comprovado três crimes: sanitário, crime contra a vida e prevaricação. Os desvios estariam relacionados a posturas anticiência do governo durante a pandemia e a suspeitas de corrupção na Saúde.

Há expectativa sobre como Jair Bolsonaro (sem partido) será tratado no texto do relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). De certo, estas são algumas das 7 frentes de atividades criadas durante o recesso:

  • Aposta na imunidade de rebanho;
  • Ações anticientíficas;
  • Indícios de corrupção na compra de vacinas;
  • Lucro de farmacêuticas com alguns remédios;
  • Irregularidades em hospitais federais no RJ.

Em tempo: com a ida de Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil, o senador Flávio Bolsonaro foi designado para a suplência na CPI. A titularidade do posto será do senador Luiz Heinze (PP-RS), defensor do chamado tratamento precoce.