19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Cúpula do G20 começa com Brasil coadjuvante

Discussões se concentram em guerra comerciais, crescimento da economia mundial, o multilateralismo e as mudanças climáticas

A Cúpula dos Líderes do G20, que reúne as maiores economias mundiais) começa nesta sexta-feira (30) em Buenos Aires, na Argentina, e termina no sábado (1º). As discussões se concentram em guerra comerciais, preocupações com o crescimento da economia mundial, o multilateralismo, as novas relações de trabalho e as mudanças climáticas.

Vários dos principais líderes mundiais já estão em Buenos Aires, entre eles os presidentes Michel Temer, Donald Trump (Estados Unidos) e Emmanuel Macron (França), além de Xi Jinping (China) e do príncipe saudita Mohammad bin Salman, entre outros.

Mais de 25 mil agentes policiais foram deslocados para a segurança da cúpula. A cidade de Buenos Aires foi praticamente blindada, o transporte público, as rotas e vias alteradas durante praticamente a semana toda. A previsão é que 15 mil pessoas participem da cúpula, considerando que 3 mil são jornalistas.

A cúpula celebra uma década. A primeira foi em 2008 em meio às discussões sobre a crise financeira que começou no mercado imobiliário norte-americano.

Agenda

A Argentina, que preside o G20 este ano, determinou a agenda: quer discutir o futuro do emprego e o desenvolvimento econômico, num mundo que está sendo transformado pela revolução tecnológica e pelo aquecimento climático.

A cúpula ocorre em meio de uma guerra comercial, entre as duas maiores potencias (Estados Unidos e China), e de uma disputa politica pelo poder com a Rússia (que avança para recuperar territórios perdidos com a dissolução da antiga União Soviética). Soma-se a esse quadro, a complexa situação do Oriente Médio.

Nos próximos dias, a atenção do mundo estará voltada para as reuniões bilaterais, que estão sendo organizadas paralelamente à agenda oficial. A principal é a dos presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi-Jinping. Os líderes das duas potências estão em meio a uma guerra comercial que atinge a economia mundial.

As expectativas são de que haverá uma trégua. Mas a incerteza, sobre o resultado do encontro, tem repercutido sobre o mercado financeiro internacional.

Brasil coadjuvante

A poucos dias de deixar o cargo, o presidente Michel Temer (MDB) participa de sua última cúpula do G20 representando um Brasil distante do status de protagonista internacional que se via há alguns anos.

O Brasil passou de uma postura de gigante da economia para uma posição marginal dentro do G20, após anos de problemas internos. E não só pela crise econômica e financeira, mas também política. Com a saída de Dilma, Temer perigou ter o mesmo destino e passamos por uma eleição turbulenta, que resultou em um cenário político polarizado e dividido. Mais do que era antes.

Em sua agenda para esta edição do G20, Michel Temer não tem encontro nem mesmo com o anfitrião do encontro, o presidente argentino, Mauricio Macri, ou com Donald Trump, presidente dos EUA, que enviou um de seus conselheiros para se reunir com Bolsonaro no Rio de Janeiro na quinta-feira.

Temer chegou a convidar Bolsonaro para acompanhá-lo na cúpula, mas o presidente eleito recusou por questões de saúde. Ele ainda se recupera de um atentado a faca sofrido durante a campanha.