28 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Data Folha: Lula estanca a queda na popularidade

Governo colhe resultados das novas estratégias adotadas, segundo a pesquisa

Pesquisa Datafolha divulgada na última semana trouxe um alívio — pequeno — para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi o primeiro levantamento que interrompeu a tendência de queda em sua popularidade, que vinha  sendo registrada desde dezembro do ano passado. Os índices apresentaram leve melhora na comparação com o levantamento anterior, divulgado em maio.

Influenciaram o resultado uma série de notícias positivas na economia e uma mudança na estratégia de comunicação do Planalto e do próprio presidente. O governo também trabalhou para fazer anúncios envolvendo alguns dos temas que deixaram a população insatisfeita, como preço da energia e dos alimentos.

No estudo do Instituto Datafolha, o índice de pessoas que avaliam o governo como bom ou ótimo subiu de 35%, em maio, para 36%. Já os que veem a atual gestão como ruim ou péssima caíram de 33% para 31%. A avaliação regular foi de 30% para 31%. Todas as variações se deram dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais. Os questionários foram aplicados para 2.008 eleitores, em 113 cidades, entre 4 e 13 de junho.

Os resultados da área econômica também ficaram estáveis: 40% acreditam que o cenário vai melhorar, 28% que vai piorar, e 27% que vai ficar da mesma forma. O professor de ciência política da UDF André Rosa e o professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV) Sérgio Praça avaliam que a pesquisa não pode ser tomada como prova de uma melhora na popularidade de Lula, mas indica que o governo colhe o resultado de algumas mudanças estratégicas. É preciso aguardar outros levantamentos nacionais, como os que devem ser publicados em julho pelos institutos Quaest e Ipec.

Peso no bolso

Sobre o preço dos alimentos, um dos fatores que mais afetam o bolso da população, Lula convocou reuniões com seus ministros, em março, e cobrou medidas. Ouviu de seus auxiliares — especialmente do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro — que a carestia era sazonal, influenciada pelos eventos extremos no Sul do Brasil, e que cairia em breve. De fato, houve um alívio na maior parte dos itens consumidos pela população, desde então. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, divulgado no início deste mês, apesar de um aumento de 0,62% no preço geral dos alimentos e bebidas, houve uma desaceleração dos itens consumidos em domicílio, de 0,81% em abril para 0,66% em maio.