7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Esportes

De 32 para 48 seleções: Copa 2018 pode der sido a última no formato clássico

Próxima Copa pode ter 16 grupos de três seleções em Mundial que saltaria de 64 para 80 o número de partidas disputadas

Após a queda de Joseph Blatter por inúmeros escândalos de corrupção, a Fifa teve Gianni Infantino à frente como presidente da Fifa durante a Copa 2018. E em sem mandato, ele pode alterar de vez a disputa do mundial.

Foi uma grande mudança na Federação do maior esporte do planeta, visto que o suíço Blatter continuava o trabalho de João Havelange, que reinou por 24 anos, desde 1974. Blatter durou 17, até ser suspenso e finalmente banido. E para vencer as eleições, Infantino prometeu demais e agora terá que cumprir.

A copa de 2026 será sediada pelos três países da América do Norte: Estados Unidos, México e Canadá (embora Coronel Nunes, presidente da CBF, não quisesse). Enquanto o domínio de Trump sediará 60 partidas, os outros dois terão 10 cada. Isso mesmo: desde 1998 a Copa do Mundo, que tinha 32 equipes e 64 jogos, inflará para 48 países em 80 partidas.

Esta foi a consequência das promessas de campanha de Infantino, para conseguir votos de federações africanas e asiáticas: incluir mais vagas por continente. E se neste torneio já vimos algumas participações bisonhas, como a do Panamá ou Egito, em breve pode ser muito pior. E talvez nem esperemos oito anos para isso.

O Conselho da Fifa decidiu, neste domingo, em reunião em Moscou, que irá discutir o possível aumento de 32 para 48 seleções participantes na Copa do Mundo de 2022 durante seu próximo encontro, nos dias 25 e 26 de outubro, em Kigali (Ruanda). A espera é para saber se o Catar tem condições para receber o novo formato.

Novo Formato

Antes, 32 equipes dividias em 8 equipes de quatro. Classificam-se as duas melhores de cada, com 16 equipes se enfrentando em mata-mata. Agora, serão 48 equipes em 16 grupos de apenas três seleções. Passam as duas melhores, com 32 equipes se enfrentando num mata-mata que começa com um 16 avos de final.

Para ser campeã, um país ainda precisa disputar sete partidas. Entretanto, eliminadas podem cair depois de disputar apenas dois confrontos.

Com apenas três jogos por grupo (uma equipe sempre folgará por rodada), a FIFA já demonstra preocupação com empates amigáveis, como o 0 a 0 de França e Bélgica, ou equipes que abrissem mão dos gols, caso de Japão contra Senegal.

A Fifa levanta uma possibilidade: disputa de pênaltis ao final de cada partida como uma forma de evitar empates. Desta forma, todos os classificados seriam decididos por pontos conquistados e não por outros critérios — como saldo de gols, por exemplo.

Vagas

A América do Sul deve ter seis vagas diretas na Copa, com mais uma na repescagem. Atualmente são quatro mais uma. Desta forma, o Brasil nunca mais fica fora de um mundial (são apenas 10 países no continente). Essa ainda pode sofrer alterações, mas houve um acordo prévio entre as seis confederações nos seguintes termos:

Uefa: 16 vagas
África: 9,5 vagas
Ásia: 8,5 vagas
Conmebol: 6,5 vagas
Concacaf: 6,5 vagas
Oceania: 1 vaga

África, Ásia, América do Sul e Central disputarão ainda, em repescagem, duas vagas entre quatro países.

Hipótese de pesadelo

No reino das ideias e levando em conta o ranking da Fifa, que já não é dos mais acurados, realizamos aqui como seria o formato já da próxima Copa. Para isso, colocamos em todos os grupos os 15 mais bem posicionados do ranking, mais Catar, país sede. Depois, sorteamos os países europeus de forma que não houvesse mais de um por grupo.

Finalmente as outras federações tiveram seus países distribuídos nos 18 grupos: apenas um de cada federação por grupo. E o resultado, hipotético e no ranking de hoje, foi essa aberração abaixo.

Se o Brasil queria ter sido hexa, a chance foi neste 2018. Da próxima Copa em diante, o mundial será um animal completamente diferente.