4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Defesa quer adiar julgamento no STJ do recurso do ex-presidente Lula

Defesa do ex-presidente tenta reverter condenação no caso do triplex. Recurso pede absolvição

Lula foi preso, após condenação do caso Triplex, desde junho do ano passado.

Deve ser analisada na na sessão de hoje da 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do tríplex de Guarujá (SP).

Esta será a primeira vez que um tribunal superior, como o STJ ou o STF (Supremo Tribunal Federal), analisa o mérito da condenação de Lula e a relatoria é o ministro Felix Fischer. O julgamento foi anunciado oficialmente pelo STJ na noite desta segunda (22).

Entretanto, defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz não ter sido avisa previamente sobre o julgamento e pede o adiamento do julgamento marcado para a tarde desta terça no STJ.

“E sem que haja sequer confirmação no andamento do processo disponibilizado no site do tribunal, nós da defesa do ex-presidente Lula não fomos intimados da realização do julgamento e tampouco recebemos ou qualquer informação nas diligências que realizamos ontem ao longo do dia no Tribunal. Houve um comunicado à imprensa no final do dia. Isso não me parece adequado diante da garantia constitucional da ampla defesa e das nossas prerrogativas profissionais”. Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente.

Caso Triplex

Lula foi condenado em 12 de julho de 2017 a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex. A sentença, em primeira instância, foi dada pelo então juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, que condenou Lula por corrupção passiva e de lavagem de dinheiro

Sergio Moro e Lula
Hoje ministro da Justiça, Sergio Moro foi o juiz responsável pela condenação em primeira instância,

Em janeiro do ano passado, a condenação foi confirmada pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), tribunal de segunda instância, que aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão. No entendimento de Moro e dos três desembargadores da Turma, Lula recebeu da OAS um apartamento triplex em Guarujá em troca de contratos fechados pela empreiteira com a Petrobras.

Após condenação em segunda instância, a defesa de Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que impedisse a prisão, mas o tribunal negou o pedido e seguiu cumprimento de pena após condenação em segunda instância. O ex-presidente foi preso em São Paulo e levado a Curitiba desde então.

Lula, quando conduzido à prisão em Curitiba.

Defesa

Antes da marcação do recurso para hoje, desde o início das investigações, a defesa de Lula afirma que o Ministério Púbico não produziu provas contra ele, acrescentando que o petista não cometeu crimes antes, durante ou depois do mandato. Lula também sempre disse ser inocente.

Com isso, os advogados pediram anulação da condenação e o envio da ação à Justiça Eleitoral. Alternativamente, argumentam que Lula foi condenado por corrupção e lavagem pelo mesmo ato e, por isso, a pena deve ser reduzida.

O recuso hoje tem três cenários possíveis: rejeitar o recurso e manter a pena como foi fixada pelo TRF-4; atender completamente o pedido de Lula e anular a condenação, determinando a soltura do ex-presidente; ou aceitar parcialmente o recurso e reduzir a pena do ex-presidente (podendo ter progressão de regime ou receber prisão domiciliar).

No fim de 2018, o recurso de Lula foi analisado pelo relator da Lava Jato no STJ, ministro Felix Fischer. Em decisão individual, Fischer negou o recurso e decidiu encerrar a questão na Corte. A defesa de Lula, contudo, recorreu por meio de um agravo regimental. É este o recurso que a Quinta Turma do STJ julgará nesta terça-feira.