Deve ser analisada na na sessão de hoje da 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do tríplex de Guarujá (SP).
Esta será a primeira vez que um tribunal superior, como o STJ ou o STF (Supremo Tribunal Federal), analisa o mérito da condenação de Lula e a relatoria é o ministro Felix Fischer. O julgamento foi anunciado oficialmente pelo STJ na noite desta segunda (22).
Entretanto, defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz não ter sido avisa previamente sobre o julgamento e pede o adiamento do julgamento marcado para a tarde desta terça no STJ.
“E sem que haja sequer confirmação no andamento do processo disponibilizado no site do tribunal, nós da defesa do ex-presidente Lula não fomos intimados da realização do julgamento e tampouco recebemos ou qualquer informação nas diligências que realizamos ontem ao longo do dia no Tribunal. Houve um comunicado à imprensa no final do dia. Isso não me parece adequado diante da garantia constitucional da ampla defesa e das nossas prerrogativas profissionais”. Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente.
Caso Triplex
Lula foi condenado em 12 de julho de 2017 a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex. A sentença, em primeira instância, foi dada pelo então juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, que condenou Lula por corrupção passiva e de lavagem de dinheiro
Em janeiro do ano passado, a condenação foi confirmada pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), tribunal de segunda instância, que aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão. No entendimento de Moro e dos três desembargadores da Turma, Lula recebeu da OAS um apartamento triplex em Guarujá em troca de contratos fechados pela empreiteira com a Petrobras.
Após condenação em segunda instância, a defesa de Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que impedisse a prisão, mas o tribunal negou o pedido e seguiu cumprimento de pena após condenação em segunda instância. O ex-presidente foi preso em São Paulo e levado a Curitiba desde então.
Defesa
Antes da marcação do recurso para hoje, desde o início das investigações, a defesa de Lula afirma que o Ministério Púbico não produziu provas contra ele, acrescentando que o petista não cometeu crimes antes, durante ou depois do mandato. Lula também sempre disse ser inocente.
Com isso, os advogados pediram anulação da condenação e o envio da ação à Justiça Eleitoral. Alternativamente, argumentam que Lula foi condenado por corrupção e lavagem pelo mesmo ato e, por isso, a pena deve ser reduzida.
O recuso hoje tem três cenários possíveis: rejeitar o recurso e manter a pena como foi fixada pelo TRF-4; atender completamente o pedido de Lula e anular a condenação, determinando a soltura do ex-presidente; ou aceitar parcialmente o recurso e reduzir a pena do ex-presidente (podendo ter progressão de regime ou receber prisão domiciliar).
No fim de 2018, o recurso de Lula foi analisado pelo relator da Lava Jato no STJ, ministro Felix Fischer. Em decisão individual, Fischer negou o recurso e decidiu encerrar a questão na Corte. A defesa de Lula, contudo, recorreu por meio de um agravo regimental. É este o recurso que a Quinta Turma do STJ julgará nesta terça-feira.