29 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Dodge recorre contra decisão de Lewandowski que retirou sigilo de delação

Marqueteiro narrou irregularidades em campanhas eleitorais do PMDB no Rio de Janeiro; Decisão traria risco à segurança do delator e atrapalharia investigações

Apontando omissão e contradição, a Procuradoria-geral da República recorreu da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de retirar o sigilo da colaboração premiada ainda não homologada (sem validação judicial) de Renato Pereira.

O marqueteiro narrou irregularidades em campanhas eleitorais do PMDB no Rio de Janeiro, entre outros casos. Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a decisão do ministro traz risco à segurança do delator e atrapalha enormemente as investigações.

O ministro retirou nesta terça-feira (14) o sigilo da delação de Pereira sob a alegação de que “vazamentos ilícitos” já revelaram seu conteúdo sigiloso. Dodge se insurgiu contra a decisão, apresentando embargos de declaração, alegando que ela não leva em conta a segurança do delator, que deve ser resguardada pela Justiça.

Ela pede a restauração imediata do segredo de justiça da delação. Dodge ressaltou que o delator expôs crimes de “grupo criminoso que opera no Estado do Rio de Janeiro” e que o Estado “passa por grave crise de segurança pública”, concluindo que o levantamento do sigilo antes do prazo previsto em lei “acaba elevando o risco para a integridade física do colaborador e de sua família”

“Com todo respeito, e o MPF tem plena consciência que não foi o objetivo de Vossa Excelência, a ressalva final, na prática, acabará sendo inócua”, afirmou a procuradora-geral, que frisou que nem todo o conteúdo da delação de Renato Pereira havia sido tornado público pela imprensa, de forma que “não há motivo para divulgação oficial de tudo que consta nos autos”.

O recurso de Raquel Dodge trata especificamente da questão do levantamento do sigilo