5 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Eduardo Bolsonaro reclama por não poder fazer piadas com tortura de Míriam Leitão

Jornalista foi agredida e colocada numa em uma sala com uma jiboia, grávida durante a ditadura

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a pôr em dúvida a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura miliar (1964-1985). A fala aconteceu justamente durante uma reunião no Conselho de Ética da Câmara, ontem (27):

“A Miriam Leitão diz que foi torturada, assim como todas as pessoas que estão nos presídios hoje em dia dizem que foram torturadas. Ela tendo como única prova o depoimento dela, eu tenho que ser obrigado a acreditar na versão dela, eu não posso sequer fazer uma piada”.

Atualmente, ele é alvo de um processo que responde na Câmara após debochar da tortura sofrida pela jornalista. Miriam Leitão sofreu tortura em 1972, quando estava grávida, chegando a ser colocada em uma sala escura junto de uma jiboia, por ser militante do PCdoB.

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A nova fala, agora no Conselho de Ética, aconteceu enquanto Eduardo comentava a representação na Câmara, ingressada pelo PSOL e pela Rede, que exigem a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar em razão dos primeiros comentários direcionados contra Miriam Leitão.

Tudo por que Miriam Leitão, depois de afirmar, em sua coluna no jornal “O Globo”, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seria “inimigo da democracia”, foi alvo de uma resposta de mal gosto do 03 do presidente: ele disse que tinha “pena da cobra”.

Além do processo envolvendo as declarações contra a jornalista, Eduardo teve hoje outros dois processos abertos contra si no Conselho de Ética: um deles por ter feito falas contra o uso de máscaras durante a pandemia, de autoria do PDT e PT; e outro, por ter chamado mulheres de “portadoras de vagina” em uma postagem nas redes sociais, ingressado pelo PDT, PT, PSB, PSOL e PCdoB.