O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a pôr em dúvida a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura miliar (1964-1985). A fala aconteceu justamente durante uma reunião no Conselho de Ética da Câmara, ontem (27):
“A Miriam Leitão diz que foi torturada, assim como todas as pessoas que estão nos presídios hoje em dia dizem que foram torturadas. Ela tendo como única prova o depoimento dela, eu tenho que ser obrigado a acreditar na versão dela, eu não posso sequer fazer uma piada”.
Atualmente, ele é alvo de um processo que responde na Câmara após debochar da tortura sofrida pela jornalista. Miriam Leitão sofreu tortura em 1972, quando estava grávida, chegando a ser colocada em uma sala escura junto de uma jiboia, por ser militante do PCdoB.
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A nova fala, agora no Conselho de Ética, aconteceu enquanto Eduardo comentava a representação na Câmara, ingressada pelo PSOL e pela Rede, que exigem a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar em razão dos primeiros comentários direcionados contra Miriam Leitão.
Ainda com pena da 🐍 … pic.twitter.com/4DLVBtIPZI
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) April 3, 2022
Tudo por que Miriam Leitão, depois de afirmar, em sua coluna no jornal “O Globo”, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seria “inimigo da democracia”, foi alvo de uma resposta de mal gosto do 03 do presidente: ele disse que tinha “pena da cobra”.
Além do processo envolvendo as declarações contra a jornalista, Eduardo teve hoje outros dois processos abertos contra si no Conselho de Ética: um deles por ter feito falas contra o uso de máscaras durante a pandemia, de autoria do PDT e PT; e outro, por ter chamado mulheres de “portadoras de vagina” em uma postagem nas redes sociais, ingressado pelo PDT, PT, PSB, PSOL e PCdoB.