Uma personalidade importante da luta em favor dos direitos humanos, no Brasil, chega a Maceió nesta quarta-feira (14), para o lançamento do seu mais recente livro ” Histórias que vivi na História”. Na biografia, o autor, jornalista Nilmário Miranda, fala de memórias políticas ao longo de 56 anos de militância de esquerda. O evento acontece às 19 horas, na sede do Sindicato dos Bancários, no Centro de Maceió.
Nilmário foi deputado estadual, federal, e ministro de Direitos Humanos no primeiro governo Lula, presidiu a Fundação Perseu Abramo (2008/2012) e também foi Secretário de Direitos Humanos em Minas (2015/2018).
É autor de 5 livros (Dos Filhos deste Solo, sobre os mortos e desaparecido politicos durante a ditadura, em parceria com Carlos Tiburcio; Memória Essencial sobre 20 anos de disputas eleitorais do PT – 1982/2002 Por que Direitos Humanos em 2006; Teófilo Otoni , a República e a Utopia do Mucuri em 2007).
Mais sobre a obra
A obra divide-se por períodos históricos: o que antecede o golpe civil militar de 1964: Concílio Vaticano II , a opção preferencial pelos pobres, a Revolução Cubana, o plebiscito de 06/01/63 que restaurou o presidencialismo com João Goulart e a agenda das reformas de base e a repressão instaurada pelo golpe a partir de sua cidade, Teófilo Otoni e no pais.
Há relatos sobre o ingresso de Nilmário na ORM-POLOP em 1965, sua participação em movimentos estudantis e operários; a primeira prisão em 1968 e o processo pela Lei de Segurança Nacional até a decretação do AI-5 em 13/12/1968. A clandestinidade na Bahia, ABC paulista, São Paulo até a prisão, torturas, resistência nos cárceres políticos. A saída em 1975 após 3 anos mês, e a participação na resistência democrática através do Jornal dos Bairros, imprensa alternativa, luta pela Anistia, movimento operário e popular até o fim da vigência do AI-5, censura, retorno do Habeas Corpus.
Enfim todo o período que resultou na mergência dos movimentos sociais, a fundação do PT, CUT, o movimento Diretas Já, o pacto politico social da Constituição de 88. O período que denomina de Década de Ouro dos Direitos Humanos (que vai do pós CF de 88 até a eleição de Lula). Os períodos subsequentes: ministro dos Direitos Humanos no governo Lula até o golpe parlamentar-judicial de 2016 e a experiência como Secretário Estadual de DH. A narrativa vai até a prisão de Lula em 7 de abril de 2018, e tem prefácio de Juca Ferreira.
O livro é um grande aulão de história do Brasil. Um documento importante para quem desejar entender um pouco mais sobre o que significou a Ditadura Militar no Brasil e compreender melhor a trajetória da esquerda e dos movimentos sociais, em defesa da democracia, das liberdades civis e dos direitos humanos.