30 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Expectativa de vida do alagoano cai e mais de 50 mil famílias passam fome

Brasil apresentou primeira redução desde 1945; Central Única das Favelas em Alagoas já pede socorro alimentar

Há quem ainda tente duvidar dos efeitos impostos na saúde das pessoas, mas os números são claros: o aumento do número de mortes em 2020 provocou uma redução na expectativa de vida no Brasil em 2020.

Em Alagoas, esse índice médio caiu de 72,9 para 71,4 anos – um ano e meio a menos.

Ainda assim, a situação poderia ser pior. Apesar dessa diminuição, os estados do Nordeste foram os que menos apresentam redução da expectativa de vida, graças às medidas mais rigorosas adotadas pelos governadores.

A informação é da pesquisadora brasileira Márcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, que aponta a Região Norte do país como a de pior situação –  a população de Amazonas, Roraima e Amapá, três dos sete estados, perdeu mais de três anos na expectativa de vida.

Pela primeira vez desde a década de 1940, a expectativa de vida do brasileiro apenas crescia. Entre 1945, ano do fim da 2ª Guerra Mundial e 2020, ano marcado pela pandemia, a expectativa de vida ao nascer aumentou constantemente de 45,5 anos para 76,7 anos.

O estudo de Castro não inclui dados da epidemia de 2021, quando a situação no Brasil piorou muito e as mortes bateram recordes diários. Neste ano, o país passou de 195.072 para 373.335, um aumento de 91,4%, e que vai impactar na expectativa de vida.

As perdas pela covid-19 vão levar a uma queda na expectativa de vida do brasileiro pela primeira vez desde a década de 1940. Entre 1945 e 2020, a expectativa de vida ao nascer aumentou constantemente de 45,5 anos para 76,7 anos, sem registrar qualquer reversão.

Economia

Ainda assim, em um reflexo que pode ter sido agravado pela crise sanitária, a Economia também provoca suas tragédias. A Central Única das Favelas em Alagoas (Cufa/AL) já pede socorro alimentar e auxílio emergencial para 50 mil famílias em situação de extrema miséria nas favelas dos 102 municípios.

Entre estas 50 mil famílias, mais de 20 mil estão em favelas das orlas das lagoas Mundaú e Manguaba, encostas de barreiras, grotas, bairros da parte alta, das comunidades do litoral norte e das 12 cidades metropolitanas.

Renan Filho, governador de Alagoas, prometeu em live liberar de R$ 10 milhões para ações emergenciais e criou, no dia seguinte, o Programa Vacina Alagoas, para acelerar a imunização contra a Covid-19.

Ele também assegurou a aplicação de R$ 31 milhões, distribuição de 250 mil cestas básicas a famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e outras ações voltadas à agilização do processo de vacinação.

Descontando o direcionado para vacinação, Alagoas destinará R$ 20 milhões para a aquisição e distribuição de alimentos às famílias carentes.