7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Falta de agenda e “trapalhadas”: Alcolumbre critica governo Bolsonaro

Na visão do presidente do Senado, se a proposta de reforma da Previdência for aprovada não será por mérito da articulação do governo federal

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) é crítico da gestão Bolsonaro.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não poupou críticas ao governo Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista ao programa Central GloboNews. E concordou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quando este disse que o Executivo “não tem uma agenda para o país”

“O governo comete trapalhada todos os dias e dar liberdade para as pessoas portarem armas não vai ser um episódio bom para o Brasil. “Se o governo não tiver sua agenda, e parece que não tem, vamos fazer a nossa. Não vamos ficar esperando”. Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado.

Pontuando que diariamente, há “algum tipo de trapalhada na coordenação política”, para o parlamentar há muito “desencontro” na articulação política do Palácio do Planalto. Segundo Alcolumbre, o modelo que o presidente implantou e assumiu na campanha eleitoral, de não se aproximar da política, não está dando certo.

Na visão do presidente do Senado, se a proposta de reforma da Previdência for aprovada, será porque há parlamentares que “acreditam que é um caminho para gerar riquezas para transformar o Brasil”, e não por mérito da articulação do governo federal.

Ele ainda opinou sobre o decreto que flexibiliza o porte e posse de armas no Brasil:

“Em um momento de tanta fragilidade social, dar liberdade para as pessoas portarem armas não vai ser um episódio bom para o Brasil”. Davi Alcolumbre.

Declaração de bens

Isso ele não falou na entrevista, mas político de carreira desde o fim dos anos 90, em Macapá, o senador Davi Alcolumbre ocultou da Justiça Eleitoral a posse de imóveis desde então.

Um levantamento feito pela Folha, de escrituras e registros no único cartório de imóveis e nos três cartórios de notas da capital do Amapá, mostram uma realidade diferente do que ele declarou em suas eleições.

É crime “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”, de acordo com o artigo 350 do Código Eleitoral. Além de multa, a pena é de até cinco anos de prisão.

Ele, que tem 41 anos, disputou sete eleições, tendo sido vereador (2001-2002) e deputado federal (2003-2014) antes de virar senador, em 2015. Apesar de sua família possuir mais de uma centena de imóveis, postos de gasolina, empresas e retransmissoras de TV, desde 2002  Davi vende a imagem de ter poucos bens aos seus eleitores.