O ministro da Economia, Paulo Guedes, reagiu com irritação ao relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que aponta problemas fiscais na economia brasileira. “Aumento de dívida e contas no vermelho”, diz o relatório do fundo.
Guedes disse que o FMI “tem de falar menos besteira”, ao comentar os cálculos do organismo indicando que o governo brasileiro poderia ter gasto metade do que foi despendido com o auxílio emergencial durante a crise da covid-19.
No lugar de “puxar a orelha” do Brasil, afirmou, o FMI deveria alertar os Estados Unidos e a Europa que “estão dormindo no volante”, em referência às dificuldades em termos de crescimento e da escalada da inflação.
“O FMI tem de falar menos besteira e trabalhar um pouco mais para alertar os americanos, os europeus, né?”, emendou. Depois de criticar o organismo, Guedes aliviou o tom. “Eu não acho que o FMI está de má vontade com o Brasil, mas está errando tecnicamente”, afirmou.
Aumento da dívida e contas no vermelho
O fundo vê o Brasil com aumento da dívida bruta e com as contas no vermelho pelos próximos dois anos, retomando o equilíbrio apenas em 2025. Um das razões é o aumento dos gastos por parte do governo de Jair Bolsonaro às vésperas das eleições. Para o organismo, o impacto fiscal começará a aparecer já no primeiro ano do futuro governo. O fundo espera que o déficit primário do país alcance 0,8% em 2023 e caia para 0,3% no ano seguinte.