21 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Governo: Reforma da Previdência deve incluir militares

Reforma deve ser apresentada após cirurgia do presidente

Os militares serão incluídos na Reforma da Previdência, afinal. Cada vez mais membros do governo Jair Bolsonaro, até mesmo os militares, concordam com a iniciativa. Um dos motivos, inclusive, é para que o presidente, capitão reformado, “lidere por exemplo”. O que o próprio Bolsonaro indicou em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta terça (22).

“Queremos governar pelo exemplo e queremos que o mundo restabeleça a confiança que sempre teve em nós”. Jair Bolsonaro, em Davos.

E para dar o exemplo, o presidente está se esforçando, ao menos fisicamente: mesmo com a bolsa intestinal, ele insistiu em ficar sentado na poltrona com os demais e não deitar na única cama do avião. Válido, embora essa simplicidade atrapalhe em momentos, como preferir almoçar sozinho em um mercado, do que com as lideranças presentes no Fórum.

Mas o mesmo seria raciocínio pela inclusão de militares na reforma da Previdência: dar o exemplo. Discutido de forma interna no governo, ainda não há maiores detalhes, como qual seria o período de transição para quem já está no serviço militar. O presidente interino, General Hamilton Mourão, apoiado publicamente, por exemplo, o aumento do tempo de permanência na ativa de 30 para 35 anos.

Militares

Apesar disso, autoridades militares influentes no Governo são abertamente contra mudanças nas aposentadorias dos militares, inclusive o novo comandante do Exército, o general Edson Leal Pujol.

Técnicos do governo chegaram a afirmar que os militares devem escapar da reforma, porém, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que a reforma abrangerá as Forças Armadas. Guedes mesmo diz que Bolsonaro deveria dar o exemplo e, como capitão, deveria incluir a categoria na reforma.

O déficit na previdência dos militares até novembro de 2018 subiu 12,85% em relação ao mesmo período de 2017, de R$ 35,9 bilhões para R$ 40,5 bilhões. Foi o que mais cresceu no ano passado, segundo dados do próprio governo. Nesse período, as receitas somaram R$ 2,1 bilhões, enquanto as despesas, R$ 42,614 bilhões.