7 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

HGE salva a vida de adolescente de 14 anos que teve Síndrome de Lyell

Atuação de equipe multidisciplinar e disponibilização de medicamentos necessários fizeram a diferença

Equipe multidisciplinar da UTI Geral esteve dedicada aos cuidados de Daniela e foi decisiva para salvar sua vida

 

A intervenção ágil e humanizada da equipe multidisciplinar do Hospital Geral do Estado (HGE) salvou a vida da adolescente Maria Daniela Soares, de 14 anos de idade, que chegou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGE, no último dia 3, diagnosticada com a Síndrome de Lyell, que é uma reação adversa grave e rara que atinge predominantemente pele e mucosas.

Depois de receber assistência e aparato técnico necessários, a jovem foi curada, recebeu alta médica na última segunda-feira (21) e voltou para casa, no Vale do Paraíba, no município de Viçosa.

Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, o caso da Maria Daniela Soares comprova a eficiência do HGE, que é o maior hospital público de Alagoas, especializado na assistência de emergência e de alta complexidade.

“A história de superação da estudante e dos profissionais do HGE é apenas uma das tantas que ocorrem diariamente e que comprovam o alto nível de resolutividade e eficiência da maior unidade hospitalar do Estado. Um hospital dotado dos melhores profissionais de saúde, com experiência comprovada em quadros clínicos gravíssimos, a exemplo da Síndrome de Lyell, muito pouco conhecida de grande parte da população e, inclusive, de vários profissionais de saúde”.

Segundo os pais de Daniela, a adolescente sempre se mostrou saudável e raramente precisou ir para uma unidade de emergência. Entretanto, essa história teve uma reviravolta no último dia 25 de outubro, quando desenvolveu a Síndrome de Lyell.

“Eu percebi um inchaço na minha boca, então fui para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] da minha cidade e voltei para casa medicada. No outro dia piorei. Voltei com meus lábios saindo bolhas, sangue. Depois de um tempo começou a espalhar pelo corpo. Fiquei muito nervosa. Não sabia o que estava acontecendo. Sentia muita dor e ninguém conseguia me fazer melhorar”.

Nesse período, Daniela iniciou uma peregrinação por várias unidades de saúde. Seu pai, o servidor público Marcelo Soares da Silva, de 36 anos, recorda que ninguém conseguia descobrir a causa de tanta erupção cutânea e as medicações não faziam efeito. Até que ela chegou à UTI do HGE, no último dia 3 de novembro, e recebeu os cuidados da equipe multidisciplinar.

“Quando a vimos, ficamos muito preocupados e sensíveis à situação. Buscamos nos doar ao máximo para, pelo menos, aliviar tantos desconfortos causados pelas feridas que tomavam todo o corpo dela. Acionamos o Serviço de Atenção a Feridas, que teve um desempenho espetacular e fez toda a diferença no tratamento. Redobramos ainda mais os nossos cuidados para evitar o risco de infecção e nos aprofundamos no caso, que merecia uma atenção especial”. Michelle Silveira, enfermeira.

Quadro gravíssimo

Emocionada, Daniela compartilhou que nesse período já não sentia esperança de que iria continuar viva. “Eu sentia tudo e nada ao mesmo tempo. Não enxergava e nem falava.

Eu estava consciente, ouvia muitas vozes, mas era uma situação que me deixou muito confusa. Entre as vozes que eu lembro estão as das enfermeiras Rosário [Albuquerque] e Tatiana [dos Santos].

Foram as que mais cuidaram de mim, que me transmitiam segurança. Elas dialogavam e me mantinham calma, me ajudavam de todas as formas”, recorda a paciente.

Ao passar dos dias, com o envolvimento de vários profissionais, o quadro de saúde foi melhorando e os sangramentos começaram a diminuir.

O médico cardiologista-intensivista Adoniran Rodrigues Farias explica que a menor desenvolveu a Síndrome de Lyell. Ainda não se sabe qual a substância que motivou o desenvolvimento da doença, mas a investigação já foi iniciada e será continuada pelos serviços de saúde do município de origem.

“Foi um quadro infeccioso muito grande, grave, que poderia gerar mais complicações caso não recebesse o devido tratamento. Foi preciso mudar a forma de alimentação da adolescente, com a administração da dieta parenteral, pois ela não conseguia ingerir os alimentos pela boca. A disponibilidade dos antibióticos foi muito importante para a reversão dos sangramentos. A forma de tratamento que adotamos foi semelhante à de um grande queimado, com atenção aos mínimos detalhes”.

Quando esteve internada, Daniela teve acompanhamento e atenção da assistente social Ariane Mota, que permitiu que o seu pai estivesse com ela na UTI.

“O meu pai me passou muita esperança, a que eu não sentia mais. Ele sempre me deu as palavras que eu precisava para acreditar nessa alta médica. Ele segurava a minha mão e me transmitia força. Sempre ao meu lado. Isso foi muito importante. Sou muito grata a todos os profissionais do HGE que se permitiram ser um canal para o meu milagre”, declarou a estudante, que não vê a hora de matar a saudade de sua família e dos amigos da cidade, uma vez que todos mantiveram uma corrente de oração.