Salesio Nuhs, presidente da Taurus Armas, afirma que sua companhia tem uma lista de 2 mil fuzis apenas no aguardo da entrada em vigor de decreto assinado em 8 de maio pelo presidente Jair Bolsonaro, esperando a regulamentação do decreto.
Após a entrega da documentação necessária, os fuzis levam três dias no máximo para chegar às mãos dos compradores. Pedidos esses feitos em sua maioria por colecionadores e atiradores esportivos.
“Temos uma demanda muito reprimida, mas o decreto deve melhorar bastante isso. Na prática, não teve mudança ainda, mas alguns produtos são o desejo de todos os brasileiros, como o Fuzil T4”. Salesio Nuhs, presidente da Taurus Armas.
A descrição do fuzil T4 informa que o armamento é “ideal para o uso militar e policial”. O fuzil custa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, dependendo do ICMS do estado.
O decreto, que deve entrar em vigor em julho, altera regras e facilita a posse e o porte de armas no Brasil. As mudanças incluem a liberação de armas de calibres que antes eram de uso apenas de forças de segurança, como o Exército e a Polícia Rodoviária Federal.
MPF acha decreto inconstitucional
Em manifestações à Procuradoria-Geral da República e ao Congresso, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, braço do Ministério Público Federal, afirmou que o decreto sobre porte de armas do governo Jair Bolsonaro (PSL) é inconstitucional.
Os procuradores Déborah Duprat e Marlon Alberto Weichert ressaltam que o “objetivo declarado da medida é cumprir com uma promessa de campanha política, pouco importando os princípios da legalidade e da separação de poderes, bem como o dever público de promover a segurança pública”.
O documento enviado à PGR servirá de subsídio para que o órgão emita parecer sobre ação da Rede, que acionou ao Supremo alegando que o decreto do presidente é um “verdadeiro libera geral” e “põe em risco a segurança de toda a sociedade e a vida das pessoas”.
O partido acusa de o Palácio do Planalto anunciar a medida sem haver “amparo científico”, além de usurpar o poder de legislar do Congresso Nacional, “violando, desta forma, garantias básicas do Estado Democrático de Direito. A ação está sob relatoria da ministra Rosa Weber.