A epidemia dos jogos on-line, conhecidos como bets, tornou-se um problema de saúde pública nacional, capaz de provocar tragédias familiares, segundo narraram especialistas ao governo federal.
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) os consumidores gastam cerca de R$ 6 bilhões por mês nesses jogos.
E mais: Segundo o Banco Central, as bets receberam R$ 3 bilhões de beneficiários do Bolsa Família em agosto. As consequências podem ser nefastas no âmbito familiar.
Na última semana, uma mulher tirou a própria vida em Belo Horizonte, em ato extremo que a família relaciona ao endividamento gerado pelo jogo on-line compulsivo. A família descobriu, posteriormente, que a mulher estava devendo mais de R$ 20 mil a agiotas por conta de jogos como “Tigrinho”.
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quinta-feira (3/10), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que vai reforçar junto à atenção primária à saúde um olhar especial a esse problema.
A ministra explicou que está propondo uma classificação internacional de doenças no que se refere ao “jogo patológico” que diferencie o ambiente em que as apostas são feitas.
“É importante no mundo de hoje uma diferenciação aos jogos que são feitos on-line, que requerem medidas específicas”, disse.
Ela acrescentou que é possível trabalhar a pauta a exemplo das campanhas de combate ao tabagismo, considerando que o vício em jogos é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo.