22 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Justiça dá prazo de 90 dias para prefeitura de Arapiraca reformar escola

Segundo a promotora de Justiça Viviane Karla, a água ingerida não é tratada.

Promotora de Justiça, Viviane Karla relatou situação precária de escola em Arapiraca

A Justiça acatou uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), em prol da educação. O juiz Carlos Aley Santos de Melo deu um prazo de 90 dias para que a prefeitura realize a reforma da da Escola Municipal José Pereira Sobrinho, localizada no Povoado Baixa do Capim.

Baseado nos relatos documentados pela promotora de Justiça, Viviane Karla, comprovando a situação de decadência estrutural da Escola, o local precisa adequar-se às normas da Lei de Diretrizes e Bases de Educação, bem como às normas sanitárias, de segurança e acessibilidade. Segundo a representante ministerial, no local há falhas que vão da identificação da escola a infiltrações com risco de desabamento do teto.

“De fato constatamos in loco a situação de emergência em que se encontra a escola, sem corrimão, rampa, na entrada, salas de aula sem portas, algumas improvisadas com cortinas, apenas dois banheiros para estudantes e um para funcionários, além de estarem em péssimas condições. Verificamos também que na cozinha há irregularidades, sem ventilação, sem porta no local onde são acomodados os alimentos e as merendeiras, responsáveis pelas refeições, são as mesmas pessoas que se revezam na limpeza da escola, inclusive dos sanitários”. Viviane Karla, promotora.

Um ponto grave que a promotora constatou foi que o cardápio nutricional está desfalcado de leite, óleo, margarina, cebola, entre outros itens.

“O cardápio afixado na parede da cozinha ainda é do ano passado. Além disso, não há refeitório, o que obriga os estudantes a se espalharem nos bancos da escola e comerem com os pratos nas mãos, muitos em pé porque não há lugar para assento suficiente”. Relatório do MPE/AL.

Para o Ministério Público, a situação em que se encontra a Escola Municipal José sobrinho coloca em risco a vida das crianças e dos adolescentes. Há infiltração em todas as salas e na cozinha, muitas goteiras e calhas alocadas inadequadamente.

Também foram detectadas várias gambiarras. Não há cobertura no pátio central, o que inviabiliza o tráfego dos alunos em dias chuvosos ou até de temperatura muito elevada.

Não existe área de serviço, falta pintura nas paredes, o piso externo não foi concluído. Não há água encanada e abastecimento pela Casal, sendo a escola dependente de abastecimento por carro-pipa e de água proveniente de cacimba.

Um assunto muito sério e que pode provocar danos à saúde dos estudantes está ligado diretamente ao consumo de água. Segundo a promotora de Justiça, a água ingerida não é tratada.

Prefeito de Arapiraca, Rogério Teofilo, tem 90 dias para acatar decisão

Decisão

De acordo com o juiz Carlos Aley, o Ministério Público logrou êxito em demonstrar, sobretudo por imagens, que a Escola Municipal José Pereira Sobrinho, localizada no Povoado Baixa do Capim, está em condições degradantes. E, para o magistrado, a situação narrada compromete não apenas o direito à educação, mas também a saúde e segurança dos alunos.