Em visita à população Ianomâmi em Roraima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os ianomâmis.
“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está Lula, presidente da República”.
Se alguém me contasse que em Roraima tinham pessoas sendo tratadas dessa forma desumana, como vi o povo Yanomami aqui, eu não acreditaria. O que vi me abalou. Vim aqui para dizer que vamos tratar nossos indígenas como seres humanos.
— Lula (@LulaOficial) January 21, 2023
Lula disse que priorizará o atendimento à saúde e transporte público para população. “A primeira coisa que nós vamos ter que fazer é garantir transporte”, afirmou.
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O presidente prometeu “levar muito à sério” o combate ao garimpo ilegal, que prejudica a vida dos ianomâmis na região.
“Nós vamos levar muito à serio essa história de acabar com garimpo ilegal. E mesmo que seja uma terra que tenha autorização da agência para fazer pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem destruir a água, sem destruir a floresta, sem colocar em risco a vida das pessoas que dependem da água para sobreviver”.
Roraima
Na noite de ontem (20), Lula institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. O objetivo do grupo é discutir as medidas a serem adotadas e auxiliar na articulação interpoderes e interfederativa.
Fazem parte a Casa Civil da Presidência da República, que coordenará o comitê, e os ministério dos Povos Indígenas; da Saúde; da Defesa; da Justiça e Segurança Pública; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Ao chegar ao local, a equipe do ministério observou um cenário com crianças e idosos com problemas graves de saúde. Desnutrição, malária e infecção respiratória aguda (IRA) foram algumas das complicações que a pasta informou.
O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Os trabalhos têm prazo de 90 dias, podendo ser prorrogados.
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“O povo Yanomami não mais será desamparado pelo Estado brasileiro”, escreveu, nas redes sociais, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao anunciar a instituição do comitê. Ela e outros ministros integram a comitiva do presidente Lula, hoje, a Roraima.
A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros.