20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Lula diz que Bolsonaro foi desumano e abandonou ianomâmis: “preferiu motociata”

Equipe do ministério observou um cenário com crianças e idosos com problemas graves de saúde, como desnutrição, malária e infecção respiratória aguda

Foto: Reprodução/Instagram/urihiyanomami

Em visita à população Ianomâmi em Roraima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os ianomâmis.

“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está Lula, presidente da República”.

Lula disse que priorizará o atendimento à saúde e transporte público para população. “A primeira coisa que nós vamos ter que fazer é garantir transporte”, afirmou.

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O presidente prometeu “levar muito à sério” o combate ao garimpo ilegal, que prejudica a vida dos ianomâmis na região.

“Nós vamos levar muito à serio essa história de acabar com garimpo ilegal. E mesmo que seja uma terra que tenha autorização da agência para fazer pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem destruir a água, sem destruir a floresta, sem colocar em risco a vida das pessoas que dependem da água para sobreviver”.

Roraima

Na noite de ontem (20), Lula institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. O objetivo do grupo é discutir as medidas a serem adotadas e auxiliar na articulação interpoderes e interfederativa.

Fazem parte a Casa Civil da Presidência da República, que coordenará o comitê, e os ministério dos Povos Indígenas; da Saúde; da Defesa; da Justiça e Segurança Pública; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Fotos: Reprodução/Instagram/urihiyanomami

Ao chegar ao local, a equipe do ministério observou um cenário com crianças e idosos com problemas graves de saúde. Desnutrição, malária e infecção respiratória aguda (IRA) foram algumas das complicações que a pasta informou.

O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Os trabalhos têm prazo de 90 dias, podendo ser prorrogados.

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“O povo Yanomami não mais será desamparado pelo Estado brasileiro”, escreveu, nas redes sociais, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao anunciar a instituição do comitê. Ela e outros ministros integram a comitiva do presidente Lula, hoje, a Roraima.

A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros.