1 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Maior que Mariana: Tragédia de Brumadinho registra 40 mortes

Corpo de Bombeiros confirma pelo menos 296 desaparecidos

O governo do Estado de Minas Gerais informou na noite deste sábado (26) que 40 pessoas morreram por conta da queda da barragem I da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG). Apenas oito foram identificadas, mas seus nomes não foram revelados. A queda da barragem em Brumadinho já fez mais vítimas que o desastre ambiental de Mariana, em 2015, que deixou 19 mortos.

Antes da atualização do governo mineiro, o Corpo de Bombeiros confirmou a morte de 34 pessoas e 296 pessoas desaparecidos. Há também 81 desabrigados e 23 pessoas hospitalizadas. Foram resgatadas até o momento 366 pessoas, sendo 221 funcionários da Vale e 145 trabalhadores terceirizados.

Os Bombeiros procuram por desaparecidos em 12 pontos da região atingida pelos rejeitos. Ele informou que as buscas foram interrompidas por cerca de 50 minutos na tarde deste sábado devido às chuvas na região. Os trabalhos, no entanto, já foram retomados, e os Bombeiros ainda têm esperanças de encontrar sobreviventes.

Bolsonaro

Inicialmente, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer para uma rádio que o “governo não tem nada a ver com essa questão da Vale”, mas ele criou um conselho para monitorar os desdobramentos da queda da barragem.

Conselho esse composto por dez ministros e chefiado por Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. O órgão terá como objetivo “acompanhar e fiscalizar as atividades a serem executadas em decorrência da ruptura da barragem”.

O presidente sobrevoou na manhã deste sábado (26) a área atingida pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Ele não deu declarações no local e já voltou para Brasília, falando apenas no Twitter

Brumadinho

Na sexta-feira (25), uma barragem da Vale se rompeu em Brumadinho (MG), a cerca de 60 km de Belo Horizonte. A tragédia aconteceu na região do córrego do Feijão, que deságua no rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco.

O rompimento acontece três anos após a queda de uma barragem da Samarco também em Minas Gerais, em Mariana, o maior da história da mineração no Brasil. A Vale é uma das donas da Samarco, junto com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton.

Os rejeitos atingiram uma área administrativa da empresa, onde havia funcionários, além da comunidade Vila Ferteco. Em nota, a Vale não descarta que pode haver vítimas, mas ainda não há informações sobre mortos.

As três barragens fazem parte de um mesmo complexo de mineração. Inicialmente, o governo estadual havia informado que apenas uma havia sido atingida, depois a informação foi atualizada.

As barragens tinham volume de 12,3 milhões de m³ de rejeito de mineração. A de Mariana, que se rompeu há três anos, tinha 50 milhões de m³ de rejeitos. Os rejeitos atingiram a bacia do rio Paraopeba. Moradores de cidades por onde passa o rio, como Betim, estão sendo orientados a deixar suas casas.

O desastre aconteceu por volta de 13h, no momento em que parte dos profissionais almoçava. Segundo o Corpo de Bombeiros, 30 trabalhadores que estavam no local conseguiram correr e escaparam do desastre.