20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Interior

Mata Grande, no sertão alagoano, vira sinônimo de corrupção

Operação do MPE afasta todos os vereadores da Câmara e faz prisões

O município de Mata Grande vira sinônimo de corrupção no sertão alagoano. Há anos, a cidade vem vivendo sucessivos escândalos envolvendo prefeitos e vereadores, que são flagrados em operações policiais fazendo falcatruas.

A nova operação do Ministério Público Estadual realizada nesta quarta-feira, 5, no sertão do Estado, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afastou 11 vereadores municipais.

Polícia faz prisões em Maceió e Mata Grande

E não apenas isso. A operação iniciada às primeiras horas da manhã também tem mandado de prisão expedido contra o ex-presidente da Câmara Municipal, José Júlio Gomes Brandão, acusado de desviar recursos públicos. O esquema foi investigado durante seis meses.

O onze vereadores de Mata Grande são acusados de desviar mais de R$ 1 milhão dos cofres do duodécimo da Câmara. A denúncia do Ministério Público envolve, além de Júlio Brandão,  os vereadores  Joseval Antônio da Costa, José Jorge Malta Amaral, Josivânia Cordeiro Freitas de Oliveira, Dalvino Orlando de Alencar Ferraz, George Ângeles Alencar Tenório Cavalcante e Diana Gomes Brandão Malta.

Além deles, são alvos também da operação  os ex-vereadores Erick Oliveira da Silva, Veroneide Melo Brandão, João Sérgio Oliveira Pereira e Tiara Lou de Sousa.

Mata Grande: alto sertão alagoano.

A denúncia atinge ainda servidores públicos como Gerson Klayton da Silva e Eustáquio Chaves da Silva Sobrinho, ambos ex-diretores executivos da Câmara Municipal de Mata Grande.  Além deles empresários, fornecedores do Legislativo, como Antônio José Bento de Melo, proprietário da empresa AJBM – Assessoria Técnica em Contabilidade em Administração Pública, Karl Andherson Barbosa da Silva, ex-controlador interno da Câmara de Vereadores, Vivian Climéria Ataíde Ramalho, sócia-proprietária da empresa Transloc – Locação de Máquinas Pesadas & Serviços LTDA, Hermenegildo Ramalho Mota, controlador dessa mesma empresa, Diogo Medeiros de Barros Lima, controlador da empresa Alif Ferreira da Silva, Thiago Carneiro da Cunha França, proprietário da empresa Thiago Carneiro da Cunha França – MEI e Eusébio Vieira de França Neto, proprietário da empresa E.P. Transporte e Serviços LTDA.

De acordo com a investigação a organização criminosa de Mata Grande envolve fraudes em licitação, empresas de fachada, empresários laranjas e políticos corruptos que se beneficiavam das falcatruas para o desvio do dinheiro público.