13 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Matar, matar e matar. A solução para a violência é promover mais violência?

Com o decreto presidencial que facilita a posse de armas, o cidadão de bem terá como defender a sua família da ação de bandidos.

Também vai poder matar a mulher se esta não quiser reatar o relacionamento ou o vizinho que estiver com o som um pouco acima do volume.

Quantas “pessoas de bem” não cometeram atos impulsivos e depois juraram arrependimento?

Aliás, é preciso combinar com o ladrão para ele esperar o homem de bem pegar a arma dele no cofre e iniciar o bang bang. Ele não vai atirar antes não, amiguinho, pode confiar.

Sem falar que o dono da bodega poderá iniciar um tiroteio a qualquer momento, basta suspeitar do “neguinho”. E se você estiver desarmado vai ficar na linha de tiro, indefeso.

É a cultura da morte e da glorificação da violência como solução para a insegurança. Além disso, crianças terão um brinquedinho perigoso dentro de casa, aumentando, sim, os riscos de acidentes fatais.

A irresponsabilidade pode até contribuir com o aumento do número de suicídios, conforme sugere a psicóloga Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio, de São Paulo, em entrevista à revista Época.

“Como o suicídio costuma ser um ato impulsivo, o método estando à mão contribui. E é um método mais letal, a capacidade de sobreviver é menor e, quando a pessoa sobrevive, as sequelas são mais graves”, disse, àquela publicação.

A irresponsabilidade deste governo está indo longe demais. Ela vai custar vidas, ao estimular o faroeste em um país onde 60 mil pessoas morrem de forma violenta por ano.

O resultado de mais uma medida populista e sem noção? Somente quem estiver vivo saberá.