22 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog da Graça Carvalho

Ministérios quase finados e salada indigesta: é o que tem pra hoje

Feriado de Finados. Passei o dia na cozinha. E a salada me inspirou esta postagem. O que seria dela, se houvesse a fusão Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura? Decididamente, por mais que tente esquecer todas as preocupações  e  “deixar o homem trabalhar”, impossível  não me assombrar com a possibilidade de o gato cuidar do passarinho.

Enquanto preparava tudo, cuidadosamente, usando uma colher de sopa de água sanitária (a cada dois litros de água) para higienizar alface, acelga, o tomate, a cenoura, a beterraba, enfim,todos os itens da salada, pensava como é que o Brasil, signatário de diversos tratados e convenções sobre o meio ambiente, iria lidar com políticas públicas para o meio ambiente sem uma pasta específica para isso.

“Temos uma grande responsabilidade com o futuro da humanidade. Fragilizar a autoridade representada pelo Ministério do Meio Ambiente, no momento em que a preocupação com a crise climática se intensifica, seria temerário. O mundo, mais do que nunca, espera que o Brasil mantenha sua liderança ambiental”, foi o que afirmou o atual ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, e nota oficial na qual se mostra “surpreso e preocupado”  com  o anúncio da fusão com o Ministério da Agricultura.

Pois é, e quem fez o alerta não foi  um vermelho, um radical, um petista. Foi o ministro do presidente Michel Temer, aliado do presidente eleito. Não só ele pensa assim. Mais de 700 mil pessoas (de várias correntes ideológicas) já assinaram uma petição pública  pedindo ao presidente eleito para rever essa ideia ilógica.

Em nota, o ministro da agricultura Blairo Maggi também se manifestou contrário à fusão.”O Ministério do Meio Ambiente tem que tratar de áreas que não estão relacionadas ao agronegócio, como energia, infraestrutura, mineração e petróleo. Como um ministro da agricultura vai opinar sobre um campo de petróleo ou exploração de minérios?”, questionou Maggi.

Ministérios quase finados e salada indigesta: é o que tem pra hoje (mesmo com o recuo do presidente eleito, que afirmou, durante entrevista coletiva, ainda não ter se decidido quanto à fusão anunciada),