Articulador político de Michel Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou nesta terça-feira (20) que é a favor da anistia do caixa dois das campanhas eleitorais. O projeto da anistia entrou em votação no Congresso Nacional, logo após a posse definitiva do presidente Temer. O detalhe é que o que a imprensa nacional via como corrupção no governo passado hoje está sendo perdoado no novo governo.
Para Geddel, se o Ministério Público Federal propôs um projeto para criminalizar o caixa 2, isso significa que esse tipo de prática não é considerado crime hoje em dia. Ele argumenta que uma coisa é o político ser penalizado com base na legislação eleitoral, e outra é o que vem acontecendo no âmbito da Operação Lava Jato, em que as condenações têm sido por corrupção e lavagem de dinheiro.
Geddel diz que “parece natural” que se houver uma nova regra tipificando o crime de caixa 2, quem praticou isso no passado não poderá ser penalizado. “O Congresso tem que fazer essa discussão sem medo”.
Na segunda-feira, líderes de praticamente todos os grandes partidos fizeram na surdina a tentativa articular a votação de uma proposta com esse fim. Foi colocado em pauta um projeto de 2007 sobre mudanças em regras eleitorais e uma emenda seria proposta para que houvesse anistia aos políticos que praticaram caixa 2 no passado.
Ninguém assumiu a autoria da proposta, mas as articulações da iniciativa teriam contado com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ocupa a presidência da República interinamente, enquanto Michel Temer está nos Estados Unidos.