21 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

MPE/AL: Operacão prende três PMs acusados de roubo e tráfico de drogas

Um deles presos é o mesmo que em 2018 atirou em um flanelinha em frente ao Fórum no Barro Duro.

Expurgo é o nome da operação desencadeada, na manhã desta quinta-feira (24), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Núcleo de Gestão de Informação (NGI) que foi às ruas para prender integrantes de uma organização criminosa liderada por policiais militares. Três PMs e quatro outras pessoas estão presas.

Um deles é o soldado Cyro da Vera Cruz Neto, o mesmo que, em 4 de junho de 2018, atirou contra a perna de um flanelinha em frente ao Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro.

As unidades pertencentes ao Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), em parceria com a Polícia Militar, cumpriu 21 mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da capital. Os envolvidos são acusados de participação em crimes de roubo, tráfico de drogas e armas e invasão a residências.

Dos 10 mandados de prisão temporária , cinco foram contra dois oficiais da Polícia Militar e três praças. Outros dois PMs estão sendo procurados. Os demais foram detidos em suas residências e não reagiram a prisão. O Gaeco busca um quinto homem que também tem envolvimento com o bando.

Na casa da maioria dos sete presos foi apreendido farto material que o Gaeco acredita ser fruto dos assaltos praticados. Dentre esses produtos estão jóias, relógios, aparelhos eletrônicos, telefones celulares e pen drives, além de documentos em nomes de terceiros. Também foram recolhidas armas e balanças de precisão.

Acusações

As investigações do Gaeco duraram seis meses. O Ministério Público recebeu denúncias de que um grupo de militares estaria praticando assaltos em diferentes cidades do estado. A apuração seguiu e o Ministério Público teve acesso as câmeras segurança de uma casa que sofreu tentativa de roubo, que contou com a participação dos tenentes agora presos.

Segundo as investigações, o bando teria invadido a residência porque recebera a informação de que a vítima estaria guardando, lá, a quantia de R$ 190 mil. O roubo foi frustrado porque o dono da casa desconfiou quando os supostos criminosos pularam o muro e se identificaram como policiais. Armado, ele atirou contra os invasores, que desistiram da prática do delito.

O Gaeco também descobriu que os militares costumam agir ao lado de outras cinco pessoas, e que todos cometem assaltos e comercializam ilegalmente armas e entorpecentes. Há denúncias também da prática de homicídios e estupros. Para esses dois últimos ilícitos, o MPE/AL prossegue com as investigações.

Também foi apurado que um dos tenentes tramou um roubo a uma residência na cidade de Colônia de Leopoldina. Para isso, ele tramou retirar a viatura do Pelopes de Joaquim Gomes para facilitar o crime.

Um dos militares que ainda não foi localizado tem envolvimento direto com vários crimes praticados pelos demais oficiais. Ele teria participado de um assalto a casa de uma pessoa apelidada por “Grampo”. Lá, teriam sido roubados dinheiro, aparelhos celulares e uma porção de cocaína.

Outro assalto cometido pelo mesmo bando fora praticado contra a casa de um homem de onde foram retirados dinheiro e uma algema velha. Os foragidos também participarem das ações criminosas, são acusados de encobrir os ilícitos praticados pelos dois tenentes.