7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Mudança no financiamento de campanha é foco de Maia e do PT

Modelo favorece candidatos com maior patrimônio financeiro

O financiamento de campanha deve ser rediscutido no Congresso, de acordo com o  presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Com várias distorções Proibindo a contribuição de empresas e limitando o uso de recursos públicos pelos partidos, o atual sistema tem uma grande distorção ao liberar candidatos milionários a bancarem as campanhas do próprio bolso.

E Emídio de Souza, tesoureiro do PT, já tem exemplos na ponta do lápis. Os principais candidatos ao governo, segundo ele, devem receber cerca de R$ 5 milhões de dinheiro público. Entretanto, João Doria (PSDB) ou Paulo Skaf (PMDB), ambos com maior patrimônio, poderão colocar recursos próprios e ilimitados em suas campanhas. “A lei criou uma situação de potencial desigualdade”, afirma Souza.

A distribuição de recursos do fundo eleitoral virou um problema para os partidos, que não conseguem contemplar todos os candidatos de forma igual. No DEM, os que disputam para deputado federal terão que bancar parte da campanha dos que concorrem a deputado estadual.

O PT decidiu destinar R$ 50 milhões para a campanha presidencial, cerca de R$ 4 milhões para os 16 candidatos a governador e R$ 900 mil para deputados federais que concorrem à reeleição. Os novatos receberão menos. Só Eduardo Suplicy e Jaques Wagner receberão R$ 1,3 milhão cada um.

Fundo bilionário

Apesar de potencialmente favorecer mais ricos, o fundo partidário foi generoso neste ano. Só o PSDB do candidato à presidência, Geraldo Alckmin, mais sua coligação que vem com a força do Centrão, receberá a metade do novo fundo de campanha que, nos próximos dias, injetará R$ 1,72 bilhão de dinheiro público nas contas dos partidos.

E isso que, quando eleitos, vão gastar muito mais dinheiro de nossos bolsos.