2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Ná área da Braskem: Moradores do Pinheiro e Mutange relatam abalos no solo

Defesa Civil Municipal foi até o local e acredita que a causa teria sido o maquinário; Braskem diz não ter mineração no local

O presidente da Associação dos Moradores do Mutange, Arnaldo Manoel, recebeu relatos de um tremor de terra, que teria ocorrido por volta das 13h30, próximo do campo da sal-gema, na área do bairro do Pinheiro. A população sentiu paredes tremerem e objetos na casa “saindo do lugar”.

Esta área é de acesso ao bairro vizinho do Mutange, que sofre com problemas estruturais, desde março de 2018 quando um primeiro tremor foi registrado, por causa da mineração a Braskem e se situa onde há atividades da empresa.

Em 28 de maio, em frente à unidade da empresa, moradores dos dos bairros de Bebedouro e Mutange realizam um protesto cobrando por mais atenção, tanto da empresa como dos órgãos públicos, por causa do afundamento de solo que atinge a região.

Apesar dos registros, o  Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte não constatou nenhum abalo sísmico na região de Maceió.

Acionada, a Defesa Civil Municipal foi até o local e acredita que a causa teria sido o maquinário: este teria provocado o tremor. A Braskem, no entanto, afirma que não há operação de extração de sal-gema na região

“Reafirma que não há operação de extração de sal-gema nas regiões do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. A empresa continua com os estudos de sonar nos poços, que são fundamentais para esclarecer as causas dos problemas que vem impactando a região”. Nota da Braskem.

MPE/AL e Defensoria

O juiz de direito da 2ª Vara Cível da Capital foi solicitado, pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas e o Ministério Público do Estado de Alagoas, a indisponibilidade de ativos financeiros da Braskem, no valor de R$ 100 milhões. A razão seria o custeio da remoção e pagamento de aluguel social aos moradores da área de risco. São 2.500 famílias atingidas.

Outro motivo para o pedido seria a Defesa Civil Municipal não ter condições de retirar os moradores da área de alto risco durante a quadra chuvosa.

Com a destinação de R$ 15 milhões, o valor bloqueado iria para o pagamento dos aluguéis sociais aos moradores da encosta do Mutange, Jardim Alagoas, no bairro do Pinheiro e de parte do bairro do Bebedouro. Estas são as regiões de maior risco, segundo o  mapa feito pela Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Essa medida manteria os moradores por um período de 180 dias, tempo suficiente para serem incluídos em habitações que estão sendo construídas pelo Município de Maceió, dentro do programa Minha Casa Minha Vida.

No Mutange, moradores de regiões afetadas pela Braskem protestaram no dia 28 de maio em frente à empresa