19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Na CPMI, Silvinei diz que interferência da PRF no 2º turno da eleição é ‘fantasiosa’

Ex-diretor da PRF realizou centenas de bloqueios, com inspeção de vans e ônibus, principalmente no Nordeste, no 2º turno das eleições

Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, negou que o órgão tenha agido para atrapalhar as eleições de 2022, hoje durante depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

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A “Operação Eleições” fez uma série de blitze em todos os estados do país em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) havia proibido operações que afetassem o transporte de eleitores, gratuito naquele dia em várias cidades.

Mesmo assim, a PRF, comandada por Vasques na gestão Jair Bolsonaro, realizou centenas de bloqueios, com inspeção de vans e ônibus, principalmente no Nordeste.

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Entretanto, Silvinei disse que uma ação coordenada para impedir a votação seria impossível.

“Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como. Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum email enviado”?

Dados da PRF encaminhados à CGU (Controladoria-Geral da União) mostrou que a corporação fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste entre os dias 28 e 30 de outubro, região onde o presidente Lula venceu no primeiro turno e tinha favoritismo para o segundo. Nas demais regiões, foram 893 (Centro-Oeste), 632 (Sul), 571 (Sudeste) e 310 (Norte).

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Com os bloqueios, eleitores chegaram atrasados a seus locais de votação. O TSE chegou a ampliar o horário para as pessoas votarem, além de pedir explicações à PRF.